Revista da Academia Paraense de Letras 1962

PASTORELA, QUASE CANTIGA Acadêmico JURANDffi BEZERRA A revista LEITURA, que se edita no Rio, instituiu, em 1957, um concur so de poesia, de âmbito nacional, tendo concorrido 486 candidatos. Obteve o terceiro lugar o acadêmico Jurandir Be– zerr a, com o poema "Pastorela, quase cantiga" . A comissão julgadora, composta dos escritores Carlos Dru– mond de Andrade, Antônio Olinto e Adonias Filho, por unanimi– dade, clas-sificou os seguintes poetas e poemas: 1. 0 lugar, prêmio de Cr$ 20. 0Ô0,00, Homero Homem, com "Pampo"; 2. 0 lugar, prê– mio de Cr$ 10 . 000,00, Otávio Mora, com "Homenagem a Miguel Hernandez"; e 3.º lugar, prêmio de CrS 5.000,00, Jurandir Be– ze1Ta, com "Pastorela, quase cantiga". Jurandir Bezerra é um dos mais destacados vultos da mo– derna poesia paraense e desde 1946 faz parte do quadro ele sócios efetivos e perpetuos da APL, tendo já exercido diversas funções em sua Diretoria. Atualmente está no Rio de Janeiro, servindo no Ministério da Saúde. Abaixo, o poema laureado do nosso prezado confrade: No antigo tempo morei na fonte A água era branca, deixei jorrar brinquei de pássaros e fui às vezes pastor de ovelhas. Plantei estrêlas que não nasceram Estive à morte por muito amar Bebi do leite que os anjos bebem Deus me entendia. Dançei no abismo para uma rosa Dormi na espuma que achei no mar Fiz de meus dedos pontes do inferno não fiquei lá. - 155 .--

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