Revista da Academia Paraense de Letras 1962
REVISTA DA .ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS E, no grande zum-zum que borborinha indaga-se : tle sabe ? tle não sabe o que fará quando souber ? ! Talvez com a vida da mulher acabe . .. Talvez liquide a sua ... Que- te importa tudo isso, se essa mulher, não é tua? Há graça, originalidade, malícia. Celestial musicali– dade seria citar os versos de· De Campos Ribeiro, Georgenor, Pinagé, Bruno e Severino Silva, o humorismo de Jacques Flo– res e a graça colorida de Lindolfo Mesquita. Certamente al– guns não citamos, porque a côrte é numerosa e o tempo não nos permite velejar pelos recôncavos da história da nossa li– teratura. Corroborando a assertiva de que literatura é naciona– lismo, as ilhas culturais do Brasil se enfeitam ainda com Ivan Pedro Martins e Manoe-lino de Ornelas, aquêle contando his– tórias realistas dos ranchos e êste a do Sepé Tiarajú, o pri– meiro caudilho gaúcho e Érico Veríssimo com seus romances maravilhosos da terra e do povo. Na Bahia as cintilações cí– clicas dos livros de Jorge Amado; o nordeste com a numerosa ge~ação dos Graciliano, Zé Lins do Rêigo, Jorge de Lima, Câ– mara Cascudo, Ascenso Ferreira, Manuel Bandeira, Gilberto Freire e tantos outros. São Paulo moderno de 1922 reverde– cendo com Graça Aranha na 'Estética da Vida", em que con– vida o Brasil a criar obra original; São Paulo de Guilherme de Almeida, dizendo ao Brasil : Esta terra trigueira, cheirosa como um fruto êste grande ócio verde, isto tudo, isto tudo, que um Deus preguiçoso e lírico me deu, se não é belo é mais do que isso - é meu. São Paulo de· Mário de Andrade, Menotti, Cassiano Ricardo, Ribeiro Couto; São Paulo vencendo as fases de crise do mo– dernismo, ultrapassando o Verde-Amarelismo, o Pau Brasil e anhopofagismo; São Paulo de José Bento Monteiro Lobato! De Minas soprando notícias alterosas sôbre nomes imortais na evolução da· nossa história literária : Ciro dos Anjos, Car– los Drumond de Andrade, Pedro Nava, Rosário Fusco, Ascâ– nio Lopes . E no Norte ? É preciso emigrar para brilhar. É preciso sofrer como Peregrino, Osvaldo Orico, Dalcídio, Abguar, Vladimir Ema- - 141-
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