Revista da Academia Paraense de Letras 1962

REVISTA DA ACADEMIA p ARAENSE DE LETRAS • t · provocaram-nos uma gama de Outros, muitos ou ros, A tét' té à tortura - ue varia desde o puro gozo es ico a . - sen~açoes q ão Gorki, por exemplo, vendido em ed_içoes da mconformaç t~ de 2 mil réis o exemplar' era garantia de ;~{:r~[J!d~oa~u:im da leitura. Pesado, lúgu~re,.opressivo, o d de seus personagens deprimia-nos, primeiro, para ge- mun o A . d' - rar ao depois, ardencias de se içao • . ' Em meio a tudo isto, assimA at~bolhadan;~nte mistu– rado anhamos duas novas experiencias magmflcas, a se_u mod~ ~ada uma : o conhecimento com.o ~~~• que ~o_s veio às mãos pela vez primeira, em "A Rehqma e as hçoes ~e otimism~ de o. s. Marden. Com o Eça ~prend~~os a sor~– nos da mediocridade transfo~ada e~ ~stituiçao respe1ta– vel e a despre~ar a intolerância. Das hç?es amenas de Mar– den recolheríamos não só as .frases mágicas, puramente ver– bais, comO' "Querer é Poder", como, .principalI:3-en~, ~ :,~n– tade de vencer. Com êle vimos, ao vivo, que nao ha vitorias sem luta que não há conquistas sem dificuldades e trope– ços, mas'que os obstáculos servem de dividir os homens em duas clas,ses distintas, a dos lutadores e a dos acomodados . ~stes entregam-se . Rendem-se ao primeiro impecilho . E fi– cam à margem da -estrada, abúlicos ou vociferando mágoas e insultos . Os lutadores batem-se, debatem-se por vêzes em breves momentos de desânimo, mas de pronto reagem e, via de regra, vencem o desafio que a vida lhes criou ! Viria de Marden o apôio mais inestimável para a con– cretização do sonho maior da minha juventude: o ingresso na Escola Militar! Pobre, não podia viver no Rio de Janeiro, on<;Ie os exames se realizavam. Imaginava arranjos que logo se desfaziam por inconsistentes. De minha mãe heróica ' ' mulher , vinha-me o amparo decidido,• mas impotente. Ai d_ela, que_ ~ouco mc1;is podia, senão sofrer por minha. angús– tia.. . V1zmho a nos, estava o "O Estado do Pará". Quantas v~zes as suas rotativas pachorren~as, ringindo e rangendo, nao espancaram os meus devaneios e auxiliaram, no can– saço das desoras, a vitória do sono! Próximo, o casarão dos "Correios e Te~égrafos" , onde postávamos cartas endereçadas a paren~e~ e amigo~ n? Rio de Janeir~, cartAas que eram apê– los freneticos, pernost1cos . Afinal, a msistencia e o tom co– n:ioveram o.P~drinho distante, surpreendido com aquelas mis– sivas _dramatic~s, :'asadas em ~stilo gongórico . Hoje, eu não saberia reconst1tu1-las, mas cuido que tivesse trechos assim . "Salvai-me, ~enhor ! (dirigindo-me ao padrinho). Salvai-m~ da charneca d?s m~diocres, de apodrecer no paul dos frus– trados, a cochilar, impotente, no bochorro da derrota \,, - 16-· 4 é

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