Revista da Academia Paraense de Letras 1962
REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS ·-- * -- A 4 de outubro de 1866 nasciia no engenho Santa Ma– ria, distrito de Muanã, Theodorico Francisco de Assis Magno que, aos 8 anos de idade, escreveu a sugestiva poesia inti– tulada "Bemtevi". Incorreta embora, revelava seus pendo-– res. Com muita graça, diz um seu biógrafo, descrevia a · plu– magem, os costumes e o canto da ave que tanto alegra as matas paraenses. Deixou um romance inédito : "Por causa de uma loucura". Faleceu aos 19 anos, aquêle que . tanto prometia cantar e iluminar as selvas do Pará com sua lira suave e romântica. -.- * -- Fernandes Belo, natural de Bragança, nascido a 5 de novembro de 1881, formado em Recife em ciências jurídicas e sociais, promotor, juiz, deputado, escreveu o poema épico "Gurjão" e o belíssimo soneto "No Amazonas", que assim começa: / Ruge caudaloso rio - o sem rival do mundo As vagas atirando às pedras da beirada A canarana desce, em grupos enlaçada, E o cedro passa lesto e some-se no fundo . Sente-se a vibração amorosa pela canarana triste sô– bre às ág 11 as do grande rio, sem destino, em grupos, enlaçada; no simbolismo maior da tristeza e dia solidariedade daquela gente. --*-- Como VILHENA ALVES, vigiense ilustre, paraensista de primeira água, autor de '.N€nia de Tupinambá" e "A Som– bra do Pau d'Arco", também nasceu ali CASEMIRO BORGES GODINHO DE ASSIS, comediógrafo, magistrado, musicista. Autor de várias peças teatrais como "Sempre Feliz", "O Fi– lho do Lavrador", "Os Ciúmes do Simplício", mandou cons– truir erri óbidos um teatro medindo 20 metros de compri– mento e 8 de largura, com 16 camarotes, podendo acomodar cêrca de 300 espectadores. Em, portanto, um autêntico pa– raense pela ação e pelo espírito, exilado, como tantos, das antologias nacionais . Repito, meus senhores, não ser meu desejo apresentar um estudo completo sôbre o assunto, e sim, apehas, levantar - 136-
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