Revista da Academia Paraense de Letras 1962

REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS Qual serva humilde sua dor chorando, Patenteando seu letal desgôsto ? e assim termina : E embora o vento com furor demente Curve essa fronte - que viçosa vi, Uma lembrança guardarei saudosa Da meiga rosa que morreu aqui ! Como perfeito paraensista, intitulou "Écos da Selva", a uma parte do seu livro "Harpejos poéticos", publicado em Recife em 1869, do qual não sei se existe alg·um exemplar. Tôda essa belíssima obra foi esc?.•ita pelo poeta quando ainda não atingira aos 19 anos. "Rosa Desfolhada", escre– veu-a aos 13 anos. Como Fagundes Varela, faleceu aos 34 anos de idade, vítima da mesma enfermidade que tombou Casemiro de Ábreu, Castro Alves e Alvares de Azevedo, tão líricos, suspi– rosos e amargos quanto Santa Helena. --*-- Juvenal Tavares, nascido em Cametá, a 21 de junho de 1850, era, aos 22 anos, professor de português e francês. Amava a poesia popular e seu livro "Pyrilampos" é cheio de regionalismo. Jornalista, positivista, abolicionista, republi– cano, Juvenal Tavares assim falava no seu poema "Salve"! _ aos rios e às florestas da Amazônia : Rios, florestas, eis-me aqui convosco Eu só, eu. mesmo, eu, sim, de vós sou digno Como do mar s·ão dignas só as vagas como digno do céu são só os astros . E mais adiante : "ó reis da esplendorosa natureza vetusto cedro, secular Pau d'Arco A. vossa sombra afino a minha lyra Reclinado no seio da morena. Era outro cantor apaixonado das morenas, da selva, da sombra da planície adorada. -135-

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