Revista da Academia Paraense de Letras 1962
REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS S'espelhando nas águas do Amazonas Ela é mais do que outras brasileira. Minha pátria é a virg_em das florestas Perfumada de essência de -baunilha, É morena, donairosa filha · Do largo Tocantins e do Amazonas, . É a meiga tapuia dessas zonas Singela e feiticeira. Mas ornada das flores e dos bosques Ela é mais do que as outras brasileira. .l!:st e é o seu canto paraense, telúrico, molhado, enxar– cado, pingando paraensismo . --*-- Bruno Seabra conquistou citações e lugar tão proemi– nente quanto o antecedente. Nascido, a 6 de outubro de 1837, a bordo, próximo à Ilha de Tatuóca, forçosamente teria de ser um paraensista. Faleceu na Bahia a 8 de maio de 1876. Amava escrever a propósito de assuntos regionais, e, dizem seus críticos, era exímio pintor de cenas, costumes e tipos nacionais. Em 1863, estando em Paris, escreveu uma comédia intitulada "Por direito de Patchouly", o que atesta seu paraensismo . Gostava de se referir aos camponeses de sua t erra, t endo escrito "Tipos burlescos" (em 1859), "O Dr . Pancrácio", "Flores e Frutos", além de muitas outras pro– duções. --*-- Júlio Cesar (Júlio Oesar Ribeiro de Souza), nascido a 13 de junho de 1843, no Acará, que se tornou famoso depois por suas teorias sôbre a navegação aérea, estudou no Semi– nário do Carmo . Em 1862 partiu para o Rio, cursou a Es– cola Politécnica, fêz _a Guerra do Paraguai. Versejava em português, espanhol e francês . Recusou galões por sua ação heróica durante a guerra, alegando que só por direito de es– tudos a êJ.es faria jús. Por suas idéias teve ingresso no Pan_. teon dos Mártires da Ciência em Paris. No Largo da Sé, a 13 de julho de 1884, apresentou seu balão paraensemente de– nominado "Santa Maria de ~elém" . Jornalista, redigiu os jornais "Tiradentes" e "Constituição". Poeta, escreveu um 133 -
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