Revista da Academia Paraense de Letras 1962
REVISTA. DA A CADEMIA PARAENSE DE LETRAS Comercial Uruapiarense". Filho de Joaquim Taveira Lobato e Dona Tereza Vieira Marques Lobato, era irmão dos drs. Adalberto Taveira Lobato, médico, também proprietário na região marajoara, precisamente no Município de Cachoeira, hoje Cachoeira do Ararí, de que foi Intendente. Faleceu em Belém do Pará a 1,10 da madrugada do dia 4 de novem– bro de 1960, à rua Silva Santos n . 24 . Seu enterramen– to saiu da Igreja da Trindade. A beira do túmulo, deu-lhe as últimas despedidas o extraordinário orador que sempre foi o acadêmico Osvaldo Viana, grande amigo do eminente amazonense. É ainda Osvaldo que nos diz, melancolicamente : "Nos últimos tempos ·de vida fêz-se quase solitário, e só existia para o seu Cartório, pela obriga– ção fun:cional; para Wilma - sua filha e companheira · - pelo coração; para o Espírito, elevado nas leituras e para poucos amigos, com os quais, pela prosa e poderosa memória, recordava e vivia também". Tudo isso, senhores, vim a saber depois, muito tempo depois da passagem de Manuel Lobato, filho querido da Ama– zônia, que se tornou universal pelas obras que deixou e imor– tal pela cultura que irradiava do seu conteúdo cheio de amor às coisas belas da vida. Chego aqui tarde demais para o abra– çar, mas nunca tão irremediàvelmente tarde· que não o possa admirar e respeitar - o que farei na expressão do ardente desejo de velar pela glória da sua vida, na vida de Sua Glória junto n Deus ! IV - O PARAENSISMO Todo o imenso território nacional - oito e rAelo mi– lhões de quilômetros quadrados - nunca constituiu _um con– tinente cultural, segundo Cândido de Oliveira. Realmente o Norte, o Sul, o Centro e o Nordeste são profundamente ca– racterizados por diferentes processos . Se o gaúcho comanda e o paulista desenvolve, o nortista súa e o baiano estuda. Viana Moog diz que as Ilhas Culturais do Brasil são distin– tas, perfeitas : Amazônia, Nordeste, Bahia, Minas , São Paulo, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro . E todos nós sabemos que o milagre da unidade do arquipélago cultural vem da luz dêste sol ardente e fascinante que é a nossa língua. Amando a literatura como ama a vida, o brasileiro de todas as Ilhas t em sido seu grande enamorado .. E a litera– tura brasileira é sem dúvida portadora de tôda sua história suas doenças, suas vitórias, fraquezas e grande~as e, também: - 130 -
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