Revista da Academia Paraense de Letras 1962

REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS Í~u "O NOSSO LIVRO". :S:ste belo produto de seu espírito ' nunca foi editado, devido às circunstâncias econômico-políticas do tempo. O original existe, e se encontra em poder de uma de suas filhas. Como político exerceu vários cargos no Pará, onde encontrou campo amplo para os vôos do seu espírito uni– yersalistà e para a sua alma plena de bondade cristã. Durante o govêrno Souza Castro serviu como intendente no riquíssimo Município marajoara de Cachoeira. No govêrno Dionísio Ben– tes exerceu a Chefia do Gabinete, cargo que assumiu a 2 de fevereiro de 1925. Foi deputado estadual por duas legislatu– ras prestando assinalados serviços ao nosso Pará. O esplên– di.d~ exemplar de homem de letras nascido na selva amazo– nense, ·aqui exercitou toda a coruscante beleza do seu espí– rito não só vencendo em 1925 o concurso para a Serventia Vit~lícia de Oficial do único cartório (ao tempo) do Registro Especial de Títulos e Documentos da Comarca desta Capital, cargo do qual também foi afastado pela Revolução de 30 e que recuperou mais tarde; como por mais de vinte anos le– cionando na Escola Normal e no Instituto Gentil Bittencourt, e durante anos consecutivos colal;>orando na "Fôlha do Norte", em que mantinha a coluna denominada "Do meu Cantinho". Ainda estudante, recém-saído do Liceu, escrevia no "Diário de Notícias", sob a direção de Paulino de Brito e n'"O Demo– crata", de que era redator-chefe o Dr. Américo Santa Rosa . Em 1928 proferiu na Academia o luminoso discurso com que recepcionou Alcides Gentil, a 20 de dezembro; em 1937 publi– cou o ensaio "A Margem de um Livro", a propósito do livro de Francisco Prisco "José Veríssimo, sua vida e suas obras". Sempre cultivando o pequenino e encantador jardim da sua humildade, declarou não ter examinado a ob1)a e sim apenas contribuído para esclarecimento da personalidade do escritor e amigo, do qual assinalou : "Não se tratar de profano lam– buzado na terminologia de lombada". É um prazer senhores verific~r a extensão, o dinamismo e a beleza dess~ vida aqui decorrida, qua~tos, ~nos, sem preocupação de grandezas e de curvaturas a gloria . Fundou em Belém com Alcides San– tos, "A Semana", que fêz época, e no dizer' do acadêmico Os– waldo ~iana "deixo~ saudades e mesmo depois de sua reti– rada, viveu por muitos anos, fazendo uma época literária" . ~undador também do Instituto Histórico e Geográfico, exer– ceu em 1941 o cargo de Diretor Geral do Departamento de Imprensa e Propaganda, ao qual, com Machado Coêlho e Edgar P~oenç8:_, imprimiu orientação prudente e proveitosa. No decorrer desse te~po, foi ainda escolhido para Membro Correspondente do Museu Nacional do Rio de ·Janeiro, em

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