Revista da Academia Paraense de Letras 1962

REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS ~cançasse, quando a ciência começava a convidá-lo a novos louros e a não sei que tamanha glória. . Seu contemporâneo, Manoel Lobat0, fundador da Aca– pemia Paraense de Letras, imortalizou-o elegendo seu nome para Patrono da Cadeira n. 1, de que foi o primeiro senhor, e ao qual apagadamente sucede êste pobre estudante. · A êsse grande amigo e contemporâneo de Arthur Viana, coube a destinação de escrever-lhe o necrológio. A "Fôlha do Norte", de 17 de setembro de 1911, publica a sen• tida homenagem através do noticiarista em lágrimas. E di– zia que "o morto fôra rara afirmação de trabalho, in~eligên– cia e valôr". Lembrou que entre os 300 alunos do Liceu do seu tempo Arthur Viana era tido como o primeiro. Desde o jornalzinho escolar; muito bem elaborado, "A Mocidade", até às colunas da "Fôlha do Norte" brilhou como assíduo colabo– rador. Casado em primeiras núpcias com dona Mariana Ma– cêdo Viana e em segunda com dona Raimunda Viana, não deixou descendentes. Deixou, todavia, a magnitude do seu nome para nossa permanente admiração, fonte eterna de exemplos elevados. III O ÚLTIMO OCUPANTE MANUEL LOWTON TAVEI~A LOBATO Habituei-me a vêr aquêle homem sempre de roupa clara, com seu guarda-chuva, saindo do Cartório, no Palácio da Pre– feitura, tomando tranquilamente o bonde em direção à sua residência. Admirava aquela serenidade, aquêle alheiamento às cousas e às circunstâncias, mas não sabia o seu nome, o que f,azia, o que valia . A minha curiosidade foi respondido tratar-se do jornalista, poeta, engenheiro e escritor Manuel Lobato, que vivêra muitos anos em Manaus, orador vibrante, político algumas vêzes, membro da Academia Paraense de Le– tras, à qual ajudára a dar vida em 1913, t endo sido o segundo secretário da sua primeira diretoria. Tão altas condições cul– turais naquela pessôa tão humilde levaram-me a prosseguir nas perguntas a seu respeito e fiquei sabendo que servira como sub– secretário da "Fôlha do Norte" de Cypriano Santos, tal como Enéas Martins fôm sub-secretário do Barão do Rio Branco, passando em seguid~ a secretário_ :fetiv~, posição düícil de ser obtida pelas quahdades que ex1g1a. Disseram-me também que em Manaus havia desempenhado o cargo _de oficial de - 125 -

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