Revista da Academia Paraense de Letras 1962

REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS brio e cultíssimo Oscar de Carvalho, revelador na sua página ALAGOAS INTELECTUAL dos altos valores das letras na distante terra natal . Quase do mesmo passo outro grupo de ansiados como a, si mesmo se chamavam, surgia na depois famosa Associa– çã~ dos Novos, saía à liçà, conquistava na "A Província do Pará.", na segunda fase, seu lugar ao sol . Eram Paulo de Oliveira, Edgar de Brito Pontes, Waldemar Messias, os ir– mãos Arlindo e Ramiro Ribeiro de Castro, Raimundo Nonato da Silva, Mário Platilha, Wenceslau Costa, Santana Marques, Abguar Bastos, De Campos Ribeiro e uma poetisa, Brites Mota . O grupo ganhou élan e breve se juntava ao de "A Se. mana" . E com seus profetas Eustáquio e José Simões os fiéis erigiram Meca de suas peregrinªções de todo sábado o pedestal da estátua da República, não sem brev.e e ante– cipado pouso no Café Chie, onde o bom e paciente José Costa tinha modos todos seus de saudar a cada um, como por exemplo a mim, a quem bradava, de lá traz do balcão: "ó vate dos poétas !" Mas o talento dos moços intelectuais teria de interes- sar camadas outras além dos meios jornalísticos. Paulo Eleu– t ério chegára de Manaus, em 1924, e a Associação dos Novos certa noite o recebeu com uma de suas festas de p0esia na séde da vasquejante Associação de Imprensa, prédio -depois adquirido pela Sociedade Vasco da Gama . Paulo Eleutério levára seu amigo maestro Meneleu Campos e êste, .ouvindo os moços, logo imaginou levar a efeito, como faria pouco depois, as memoráveis tardes lítero– musicais que deram àquela mocidade talentosa e vibrante seu lugar nas nossas letras. Cantores, violinistas e pianis– tas alunos de Meneleu Campos, arrancavam do público, com ' , os poetas declamadores dos proprios versos, tempestades de aplausos que reboavam pelos quatro cantos do Teatro da Paz, vinham ressoar aqui fóra, na praça . A vitória de uma geração era definitiva . Bruno de Menezes, então funcionário do Tesouro do Estado, com Paulo de Oliveira, Alfredo Rodrigues de Souza e Edgar de Souza Franco, os dois últimos igualmente fazendários, tiveram a idéia de lançar uma revista literária nossa. Com a coope– ração de Raimundo Machado, diretor do Instituto Lauro So. dré, surgiu "Belém Nova", publicação que ganhou o Brasil inteiro no intercâmbio com outras da mocidade de São Paulo com os antropofagistas; do Rio, com a "Arvore Nova" de a~estaldo Penafort e Murilo Araujo; com a "Era Nova" da Paraíba, o grupo de Orris Barbosa, Perilo Doliveira, d~ - 116 -

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