Revista da Academia Paraense de Letras 1962

• • • COMO FALOU DE CAMPOS RIBEIRO NA HOMENAGEM AMEMORIA DE JAQUES FLORES De altíssima pulcritude mental, porque de luminosa e ilimitada justiça, a página que hoje inscreve em seus anais a Academia Paraense de Letras, nesta homenagem de exalta– ção e de saudade à vida e à obra de LUIZ TEIXEIRA GOMES, aquêle de todos nós bem-amado. JAQUES FLORES, o poéta,. o cronista, o homem que como Pascal, num generoso lirismo, passou pela vida pondo o coração acima da inteligência, por– que à ·maneira de Rubem Dario poderia dizer, alma conste– lada de , bondade e de beleza : Voy bajo tempestades e tormentas ciego de ensuefio e loco de armonia. JAQUES FLORES! No triptico de bom ouro dessa vida, que durou quase sessenta e quatro anos, faúlha numa constante o fogo sagrado da compreensão para as fraquezas e da tolerância para os êrros humanos, mesmo quando os alfinetava em versos de sadia verve, onde lá bem no fundo difícil não é surpreender.se uma doce piedade . Sabia por intuição, antes mesmo que lh'o houvesse revelado Ruy, que o mal nunca vinga, senão pela influên– cia do bem, a que se mistura ou com que se disfarça, e abro– auelado contra o mal, ainda na meninice de tôrva orfan– dade paterna ou na adolescência atribulada de aprendiz numa oficina gráfica, foi, como entendia Raul Pompéia, um homem que sabia sorrir, pois que só os homens assim pos– suem fôrça no cérebro e harmonias no coração. O HOMEM Luiz Teixeira Gomes nasceu em Belém, primogênito de João Teixeira Gomes e Antônia da Conceição Gomes, mu- - 113 -

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