Revista da Academia Paraense de Letras 1962

• • A TRAG-ÉDIA DO CIRC :O RODRIGUES PINAGÉ Meu Deus ! Tu, que és .t40 _bom, como permites que, nêste mês em qu·e nasceu Teu ·Filho~ a Dôr acenda o mórbido rastilho, para o incêndio de tantos corações ? Banha.se em lavas o vulcão das índias; Góa soluça; um povo se escravisa e a miséria, fantástica, deslisa, rondando a integridade das nações ! E agora, o meu Brasil, Pátria de amores é palco horrível de fatal sinistro e a História guarda inédito registro de vidas lêdas que o vulcão tragou; Rubro abismo que de almas se alimenta crestando flôres virginais da infância, to-mando em cinzas a f agueira estância que a desdita mortal carbonizou! Sei que a Tua bondade é infinita! Sei que o Teu Paraisa é das crianças, mas, por que roubas tantas esperanças, por meio de tão trágico labéu ? Tua oficina de anjos foi nefanda ! Fabricaste, entre escombros e braseiros a tristeza dos lares brasileiros, a1.tmentando a alegria do Teu céu! Perdôa-me a heresia, ó Deus dos mundos mas, o gênio do Mal, tem mais domínio, inspirando a loucura do Extermínio - , num coraçao que se afastou de Deus ! - -111 --

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