Revista da Academia Paraense de Letras 1962
REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS cuja situação em pânico pressentia o terreno que lhe estava a fugir dos pés na derrubada à vista, irretorquível em sua fatalidade. Assim foi alçada aos sete de novembro. de 48 em Olinda (Crônica da Rebelião Praieira de Jerônimo Martiniàno Fi– gueira de Melo) a bandeira da insurreição praieira que veio a suportar seu melancólico estrebuchar de sangue e morti– cínio com a vitória das fôrças legais em 2 de fevereiro de. 49 na cidade do Recife em heróica luta, corpo a corpo, de titans, culminada pela vida em holocausto do chefe indomado e altaneiro, N-unes Machado. Detalhem-se os fatos : A ascenção do gabinete conservador de 29 de setem– bro de 48 tendo à frente o·senador Visconde de Monte-Alegre, José da Costa Carvalho, na pasta do Império, veio substi– tuir o último gabjnete liberal de 31 de maio dêsse ano, já em precário poder, num golpe certeiro ao predomínio do partido d.epôsto bem escarmentado, às vésperas do partido que su– bia, aprontando-se aos golpes das vinganças desordenada– ment.~- desencadeandas . Era a guerra civil ·pronta a estalar em qualquer mo– mento, a qualquer preço, tangida pelos espíritos guerrilhei– ros ém ebuUcão. culminada pelas demissões de agentes po– Jicia'.ic; em ch'orrilho que a presidência Souza Teixeira dêra começo _e Ferreira Pená extremou em sucessivos atos por· díversôs municípios como Flores, Recife, Cabo, Nazaré ·da Mata. Na vila dêsse nome foram demitidos por ato de- 31 ·de outubro ·o dele2:ado J 0sé Porfírio Lobo de Andrade Lima: o primeiro ·suplente João Batista Paes Barreto; o sub-delegado do 1 o diBtrito Amaro José Lopes Coutinho; o 1.º suplente Antonio Aureliano Lopes· Coutinho; o sub-delegado do 2.º dis– trito Mathias Gonçalvés Guerra; o 1. 0 suplente Antonio Gon-· càlves Carreiro; o sub-delegàdo do 3. 0 distrito Francisco Go– mes de Araujo Pereira; o 3. 0 suplente do 3. 0 distrito ·Fran– cisco Bernardo Cavalcante e mais outros em Tracunãem . . · Já do chefe de polícia de Souza Teixeira ,o juiz de di– reito liberal Antoniq Afonso Ferreira partiria a determina– cão em circular aos seius auxiliares da intemerata perma• nência nos cargos em ostensiva reação ao govêrno. Em Nazaré êsse ponto de vista surtiu forte com as demissões acima narradas, certamente em· protesto ao des– JJT€'stígio decretado em grupo, ·sem nenhuma explicação de µiotivos n'uma ofensa aos _brios das individualidades regionais atíhgidas . · · · ·· · , Eis por que no ·domingo de 22 ou 29 de outubro reu• nir.am •se pel~s 4 horas cta· tarde no sobrado fronteiriço à· ma~. - li0-6 -
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