Revista da Academia Paraense de Letras 1961

.. Cláudio Barradas 6.presentou-se à Academia com um grande trabalho, digno de todos os encômios, que resiste, tranquilo, às críticas mais severas . Nós o vimos viver a per– sonagem central da sua ação. Tivemos oportunidade de, em "A Província do Pará", rs.biscar uns comentários a respeito. "O trovador de Deus", rev.ela no autor multiforme conheci– mentos de ordem histórica literária, filosofica, teologica, psi– cologica, agiográfica, de par com o domínio absoluto da téc– nica e da arte do Teatro. A Academia Paraense de Letras, consagrando o trabalho de Cláudio Barradas não o consagrou, consagrou-se. Para- bens, senhores acadêmicos! _ Cândido Marinho Rocha tentou o Conto, gênero difícili– mo que está para a prosa, como o soneto está para a poesia. Que em rájpidas pinceladas, em curto bosquejo, na concisão absoluta das palavras, com a intensidade emocional do dra– ma, com a estética espontânea da forma, com a profundi– dade psicologica do pensamento, com a acuidade do espírito para joeirar idéias, com a responsabilidade cruel do quotidia– no, deve sintetizar uma vida inteira, traçar todo um romance, quiçá marcar toda uma época, quando não dar idéia 1 até de um povo de uma civilização, de uma filosofia. Lindanor Celina é a poetisa admirável, cujos versos es– parsos lemos sofregos em nossos periódicos . Otávio Avertano é rebento promissor, como promissores foram todos e atualizadores todos o são de inteligências mas– culas e vigorosas - e os conheço bem - os que trazem nas veias o sangue que borbulha nas arterias do Mestre de todos nós, dessa figura , cuja inteligência de brilhante, coração de ouro e alma de cristal, se encrusta no porte venerando de pra– t a, grande expoente dessa casa, honra e glória do Magistério Paraense - Avertano Rocha. -0- Eu, de mim e por mim, creio n a Poesia. Na Poesia Eterna. Na Poesia Pura . Não sei explicá-la. Nem ja,mais o tentarei. Sei que a sinto. Insistente . Borbulhante. Como minha própria vida . Mistériosa. Como a própria natur eza. Talvez mesmo uma outra vida e uma outra natureza. Em que me desdobro. Ou quem sabe em que me amplio. Não entendo os poetas "de ocasião", os poetas de en– comenda . A poesia é um parto . O poeta é uma vida nova que o poeta criou . Filhos não se encomendam. Geram-se . Amiel já afirmava que "la poesie est une delivrance". Feio ou bo– nito, preto ou branco, antigo ou moderno, o poema é um - 83 -

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