Revista da Academia Paraense de Letras 1961

sos e compassivos, do alto de sua suficiência senil ou senili– zada; êsses letrados de fancaria, verdadeiros concubinários da literatura, que prostituíram nos seus contubernios, justificam bem o desprew de uns e as diatribes de outros, contra aca– dêmicos e academias, desprezo e diatribes que, por vezes traem uma frustração, mas bastas outras são mesmo pro– cedentes. · Que a Academia Paraense de Letras anda outros trilhos e bate outras estradas, eis o que pensamos. E pensamos que pensamos certo. O nosso Silogeu vive, se agita, braceja, estimula, revi– gora, ampara. Nêle não vemos fosseis, mas seres animados. Não há velhices: mora a juventude perene que é atividade e renovação. Anualmente conclama, na ânsia de descobrir ta– lentos e abrir caminhos a timidezes, os "gênios" da terra. Passa-os pelo crivo imparcial da própria genialidade e os laureia. Dentro da relatividade das cousas humanas, jâ o dissemos e não poderia ser outramente. Mas que é uma prova provada de que ·com relação à Academia Paraense de Letras desprezos e diatribes não procedem, isto é . E pensando como pE.nsamos, pensamos que pensamos certo e poderemos chancelar sem embargos um "CREMOS NA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS". Senhor Presidente, Senhores Acadêmicos, muito obri– gado! -0- As láureas com que hoje aqui se diadema a Arte, dis– tribuem-se pelo Teatro, pelo Conto e pela Poesia. Pelo Teatro na fronte de Cláudio Barradas, o batalhador intimorato do Teatro, entre nós, do verdadeiro Teatro: Teatro– arte; Teatro--escola; Teatro-gênio ; Teatro que salva o Teatro do marasmo a que chegou. da "xanxada" insulsa que o subs– tituiu. da "piada" sensaborosa que lhe roubou o nome, dos "sktchs" piegas que pretendem justificar a presença de um grupo teatral ou de um corpo cênico. Ainda ante-ontem, Cláudio Barradas lançou no Teatro da Aldeia, a grande peça de Pedro Bloch: "Os inimigos não mandam flores". E, com ela, o grupo amadorista que acaba de fundar: "Os Doze" . Lá -estivemos. Para ªI:imá-1~, com a nossa pres,ença; para responder ao apelo que ele fazia que acreditassemos nêle. Lá estivemos. E conosco alguns poucos. Os poucos que ain– da acreditam em Arte, em Escola, em Gênio. Os ipoucos que ainda pensam que nossa geração não é ainda, embora pare– ça a geração da frase ambígua ou da geração obcena. . - 82 - •

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0