Revista da Academia Paraense de Letras 1961
Olegario Mariano, Hermes Fontes, Francisco Galvão, Augusto Costa e outros. Francisco Galvão, em artigo escrito sôbre a literatura paraense, dizia ser a técnica do poeta de "Bailado Lunar" moderna, não seguin- do o seu estilo o espartilhamento rigoroso das escolas . · É o mais perfeito poeta da nova geração, exclamava. empolgado Lucidio Fender. Bruno de Menezes rea1irmou o seu talento de escol, que há percorrido todas as escolas da poesi-a nacional, grafava De Campas Ribeiro. O poeta firmava nome e se projetava no Brasil, projetando sua terra, como o líder do movimento renovador da poesia nacional, lan– çado com sucesso e rebeldia por GTaça Aranha. BELÉM :t-.'OVA, sua revista, é o sinal de alerta do Pará, libertando o sentimento humano dos espartilhos das rimas e dos sutians da métrica . Desse modo, a alma dos poeta.s poderia como poude exaltar melhor a beleza da mu– lher e a grandeza lirica do amor . Composta nas oficinas graficas da Empresa Editora Guará, de Pires Guerreiro & Cia ., à travessa da Vigia, 40-A, Bruno lançava, em junho de 1931, POESIA, grande livro, que De Campos Ribeiro assim apresentou : "Bruno de Menezes realiza neste livro o mais difiicl tra– balho que incumbiria aos críticos de sua arte, na perquirição sincera, na analise profunda e real de sua sensibilidade desconcertante, tanta vez, no estranho de suas modalidades de artista . Poesia renovadora de incontentavel e penosa escalada para uma finalidade estética in– confundível, de um temperamento onde fatores etnico.s marcaram definitiva rebelião contra todo limite de pensament::-, é bem esta - um ciclo que vai do romantico que increveu com sangue e lágrimas o CRUCIFIXO ao soberbo e desenvolto cantor de BATUQUE . De Campos arrematava: "Na arte esmerada, fidalga de ritmos nobres, Bruno de Menezes tem, por vezes, aquela subtileza de Juiio Dantas noticiando escandalos de Cortês, mistérios de Cervantes . * * * Depois de encontrar, co~~ ccnfe~sa, sabor inédito em Fialho, Eça, Gonzaga Outra, Raul Pompeia, Euchdes da Cunha, Vargas Vila se– vero Portela, Cruz e Sousa, Paulo Barreto, enfim, uma ansia p~eie– rencial pelos escritores de frases cheias, sonoras, beirando o gl ngo– rismo repudiado deixou que mestre Fialho dominasse o seu psiquismo literário, a sua bronca sensibilidade, com a sinfonia orquestral de seu estilo, com a pompa verbal de sua adjetivação pessoalíssima . Desse impressionismo no seu subconsciente, procurando entender os seres que Fialho criou para a alegria, ou para a tristeza e a ctor é que se concretizou "Maria Dagmar", novela divulgada há 36 a~os na Belém Nova e editada em 1950 por Getulio Costa, ressumbrando a" água de juventa" fialhesca, que Bruno bebia nas páginas do ama– do esteta suicida . Mais tarde nos ofereceu LUA SONAMBULA, glorificando e per– petuando_ "a d~e monj_a dos conventos dos ceus" de todas as formas e nos mais variados prismas, tendo antes se revelado o critico sereno e honesto com "A margem do Cuia Pitinga", de Jacques Flores . B~"IYQUE, entretanto, foi a sua obra definitiva, que já atingiu a 4 ed1çoes, tod-as esgotadas . BATUQUE é um livro de poemas selva- - 70 - .. ...
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