Revista da Academia Paraense de Letras 1961

do, foi diplomata de escól, tendo possuído ainda, tod-as as lídimas qualidades de um precioso t:aracter. Duma feita o Padre Diogo Antônio Feijó, o grande Prelado que foi regente do Império, na menoridade de Dom Pedro II, como an– desse mpenhado em abolir o celibàto do clero brasileiro, consultou o ilustre antist e, o qual, recusou . Era homem de elevada esta tura e forte compleição fi~ica, reve– lando-se em muitos atos de sua vida, verdadeiro homem de comando . Faleceu Dom Romualdo de Seixas a 29 de Dezembro de 1860 já- zendo os seus despo,os n-a Catedral da Cidade do Salvador . ' O Marquês de Santa Cruz possuía dotes literários invulgares, sen– do com merecida justiça que a Academia Paraense de Letras deu a uma das Poltronas, o nom.e do preclaro par-aense . Ao fundar-se este sodalicio, a referida cadeira foi ocupada pelo Reverendo Je.an Crolet, de n acionalidade franceza, que conheci pes– soalmente, como professor de grego no Ginásio Paes de Ca·rvalho. Era homem possuidor de vasta erudição, e muito popular entre os estudantes. Com o seu falecimento foi eleito para a su-a vaga, Dom Antônio de Almeida Lustosa. Esse virtuoso ministro da Igreja, que se retirou depois para sem– pre, deste Estado, alia ás virtudes que são notáveis, uma ilustração literária e cientifica primorosa, sendo tão bom pastor, como escritor insigne. · · Fazendo uma viagem pela Ilha do Marajá e Baixo Amazonas, dei– xou-nos um livro encantador : "A' margem da visita pastoral" . Nele, um observ-ador ethnologo, arqueologo e naturalista, se mos– tra de mane 'ra cintilante . A bibliografia amazonica muito se enriqueceu com os reparos argutos, originais e ab-alizados do eminente vulto do Clero brasileiro . Dom Lustosa, como disse, tendo de se ausep.tar de vez, do Pará possou a figurar na galeria dos sócios honorários-perpetuas, desta'. Academia. Procurando-se ler a lista dos componentes deste silogeu, o ini– ciante pasma e comove-se, por ver enfileirados nomes notáveis nas letras da nossa terra, valendo o rol da Ac-ademia por um "Flors san– torum" de sumidades magnas. E' que as direções subsequentes que teem dirig ido os destinos desta Acrópole, teem tido sôbre tudo, o escrupulo na seleção dos seus valores . De forma que, o ingressante tem com ·razão, a .~at-isfação e orgulho, de penetrar num templo, por todos os motivos tido, como tradicional e imaculado . . . Meus senhores : Num país estranho, desses que vivem na imaginação •dos poetas e dos ambiciosos, existia um palácio encantado, cheio de esplendor e misterio, porque alí brilhava o facho da inteligência do Homem. · Fóra, h à~ia uma estrada longa, árida, alvacenta -a perder de vis– ta, como esses rétos caminhos do mundo, que se veem nos sonhos _ e que vinha desemboca r em frente ao edifício misterioso . ' · Um viandante ansioso e afadigado, caminhava ofegante como se recciasse chegar tarde, ao esplendoroso castelo, onde a'.s luzes pela fôrça da sua im.aginaçâo, pareciam cintilar fosforesc enc-ias. Andou muito, até que quasi morto de cansaço e de desilusão con– seguiu enfim, transpôr os humbrais engalan ados da mansão do; elei– tos da arte e da cultura ... Este caminhante era eu, e essa ansiedade vivia no meu espírito· - e aqui estou, caros confrades, no fim da jornada, p.ara receber d~ vós, a Hóstia da promissão .. . Tenho dito . 64 ""'"" .. ..

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