Revista da Academia Paraense de Letras 1961
l vida do noss0 con_frade é o seu apaixonado amor pelos estudos de Sigismundo Freud, pela Psicanalise. A Comissão que jul– gou seus livros, todos de carater científico, quando de sua inscrição ao preenchimento da poltrona n. 0 5, afirma que "a iffijpressionante palestra sob o título "Relações da Psicaná– lise com a Literatura", proferida nesta Academia, por si só daria entrada a . Eldonor Lima em nosso Silogeu". Em todos os seus trabalhos, reafirma, não somente a vocação literária, mas os profundos conhecimentos, os am- ,.... plos, os 'Vastos, os perfeitos conhecimentos que possui da filosofia freudiana . Como o grande Aloísio de Castro, Eldonor Lima tem pe– los livros um amor, amor ao qual põe até um grão de sen– sualismo pagão . E há dois anos vêm se dedicando ao preparo de uma obra que, pela sua importância e singularidade, o colocará entre os grandes vultos da cultura nacional. Trata-se de "Machado d.e Ass~ à luz da Psicanálise", trabalho que despertará em todo o Brasil e no estrangeiro a atenção do mundo intelectual e clentífico·. Mário de Andrade , ao saudar a 3 de dezembro de 1918, a Antonio Austregésilo na ABL, afirmava que "a Academia não era uma agremiação de sábios, nem podia ser, apenas por seu título, uma privativa companhia de puros homens de letras". A presença de Eldonor Lim2. nesta casa, nada tem, por– tanto, de surpreendente. Eldonor Lima está no lugar que o destino e os seus merecimentos lhe reservaram. Acabamos de ouvir a sua brilhante oração, autênt ica te– se, esplendidamente defendida e maravilhosamente apresen– tada . E' uma página de catedrá tico, ao qual não escapou o mínimo detalhe no estudo dos temas abordados e defendidos. E' uma peça literária que o credencia, inais e mais, ao nosso apreço, à nossa admiração e ao nosso incontido e sincero aplauso. E' o atestado eloquente de seus méritos, é o diploma de sua cultura, é o per gaminho do seu valor de mestre da ciência. -0- Acadêmico Eldonor Lima: - Sei que a sua primeira am– bição consciente foi igual a de Afrânio Peixoto : ser acadê– mico. Na infância, é êle quem nos diz ,as tendências de cada qual nos levam, sem modéstia, nem jactância, aos postos mais humildes, como às situações mais culminantes: à frente de um exército ou a boléia de um carro" . Eu, de minha parte, aos seis anos de idade, ambicionava ser motorneiro de bonde, o que me custou boas chineladas, e muitos dentes de leite, partidos em quedas estrondosas. Um motorneiro assim, de- - 41
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