Revista da Academia Paraense de Letras 1961
da Câmara Federal. E' patrono e fundador da poltrona n. 0 5 desta Academia. Era, enfim, um cientista, já que enge– nharia e matemática são duas nobres ciências. Soube, portanto, Eldonor Lima escolher a poltrona que passa a enobrecer, e a Academia foi coerente e sábia e justa reservando à sua reconhecida competência e probidade cien– tífica a catedra que Bento de Miranda patrocina. Rainero Maroja foi um juiz íntegro, e a Justiça é a ci– ência do Direito, da Consciência e da Verdade. Era um es– critor primoroso, um :r;omancista de estírpe. Escrevia o ver– naculo com pureza. Suas frases tinham o fulgor impressio– nante dos diamantes. Sucede - e aqui não existem substituições, porque é di– fícil substituir Rainero Maroja, Acilino de Leão, Remigío Fer– nandez, Elias Viana, Heliodoro de Brito e outros como será difícil substituir amanhã Paulo Maranhão, Manuel Lobato, Augusto Meira, Santana Marques e outros - sucede, portan– to, Eldonor Lima a um romancista. E' até nisso, como disse Afrânio Peixoto ao receber o ·imortal Osvaldo Cruz na Aca– demia Brasileira, e até nisso a Academia marcou o propósito de firmar que se abrem, aqui sucessões à inteligência e não à herança de coleterais ou de descendentes, na semelhança do espírito como na ordem civil. A comissão composta dos acadêmicos Avertano Rocha, Inácio de Sousa Moita e Luiz Teixeira Gomes, que julgou as obras de Eldonor Lima, em seu erudito e honesto parecer, pa– recer que por si só basta para engrandecer um candidato à imortalidade, afirmou, com excessivas razões , que "as Aca– demias de Letr as não se honram tão sàmente com beletristas famosos , tal como Humberto de Campos, na Capital Federal, e Santana Marques, no Pará. Também, os vultos de valor científico exponencial, como Miguel Couto, no Rio, e Acilino de Leão, entre nós , já honraram, com suas entradas os por– tair das Academias de Letras. Outrossim, humanistas fecun– dos , como Augusto Meira e Barbosa Lima Sobrinho, são ele– mentos valorosos dos nossos Silogeus" . Afirmam aqueles ilustres acadêmicos não ser possível, com efeito, confinarmos o âmbito de nossas atividades dentro das fron+.eiras da poesia, da arte ou da literatura, tomando este último vocábulo, no seu sentido mais estrito. Temos ne– cessàriamente de abrir caminho aos homens de ciência que , como o dr Eldonor Lima , são expoentes da cultura científica, est e no setor da estomatologia, campo vastíssimo onde ainda oferece ao nosso exame um conjunto de magistrais confe– r ências r ealizadas sobre vários assuntos, deste ramo da ci– ência paramédica" . - 38 -
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