Revista da Academia Paraense de Letras 1961

mumc1p10. Retornou desse cargo à Belém, para exercer o de PrefP.ito de Polícia da Capital ,por poucos dias, . ou seja até o triunfo da revolução de 1930, ocorrido dias após a sua posse. E' ainda o seu filho, Dr. Flavio Maroja, quem diz no seu discurso de agradecimento à Academia Paraense de Le– tras, que: - "A lealdade que votou ao governador de então - apanagio de seu carater - o insigne jurista Dr. Eurico Vale, administrador dos mais justos e honestos que o Estado já teve, custou-lhe o desemprego, mesmo sob a ameaça de interrupção de estudo dos filhos , pois a pobresa em que vi– via, quase não permitia pagar-lhe colégio. A solidariedade que recebeu do grande educador (Paraense, o saudoso e pro– vecto mestre, desembargador Arthur Porto, cuja memória vi– ve perene no coração de multiplas gerações conterrâneas, às quais transmitiu os salutares ensinamentos do seu espírito de educador inato, fundador de um dos mais perfeitos colé– gios que o Estado possuiu, o extinto e glorioso "Colégio Pro– gresso Paraense", reduzindo ao mínimo concebível as mensa– dades devidas, servindo-lhe de estimulo na luta pela sobrevi– vência, o que acabou realizando, graças ao concurso e a co– ragem herculea de .sua esposa, completa encarnação de mãe e companheira, a incentivá-lo e ajuda-lo na porfia, desdo– brando-se nos afazeres domésticos, para que o pouco existente não viesse a faltar o pão de cada dia". Meus senhores, a grande preocupação de Rainero Ma– raja foi ver todos os seus filhos educados e formados; por que o seu lar sempre foi a razão de ser de sua vida, e, a sua magistratura, que investido na nobilitante função de ju!e;ar o próximo, na vara penal, sentia-se melhor quando absolvia do que quando condenava, porque o seu espírito profunda– mente humano, pendia sempre para a bondade. E fazendo sempre justiça, justo e honesto, Rainero Ma– roja, jamais se deixou seduzir pelas tentações e vantagens que a vida oferece aos que não possuem escola de inteirp, moral. Jamais se curvou aos potentados, aceitando com ele– vação e renuncia o que a vida de pouca sorte lhe dera; ja– mais invejou ou cobiçou o alheio. Acometido de um distur– bio cardíaco com reflexos no aparelho locomotor, Rainero Maroja foi ~posentado, qua~d_o su3: in!eligência muito ain– da poderia produzir em benef1c10 da Justiça. Em 17 de junho de 1956, às 8 horas da manhã, no Hospital da Santa Casa de Misericórdia, veio a falecer de um colapso cardíaco, em consequência de uma intervenção cirurgica, de "Hernia Inguinal" . De Rainero Maroj a, meus senhores, recalc~u_-se duas _Pas- sagens em minha vida, que guardo na m~n:iona, com mol– vidável reordação, quando no ano de 1940, foi Juntamente com - 32 -

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0