Revista da Academia Paraense de Letras 1961
r 1 1 L. l r verdadeiro hino de cultura e de inteligência, não só da ciên– cia dos números - ·a matématica, onde o nosso patrono era conhecedor profundo, como também de "F inanças" e "Eco– nomia". Em 1916, ao discutir o orçamento, sustentou a tese de que nossas aperturas financeiras, sendo ocasionais, não se devia cogitar de agravação de impostos antigos ou creação de novos; mas que ser ia preferível realizar uma parte do capi– tal nacional imobilizado em três grandes emprêsas, cuja re– modelação se impunha". Verificara, também, jpela simples inspeção do ambiente político federal, que a representação da Amazônia, já pela sua exiguidade numerica, já pelas lon– gas lutas políticas, que muito tem provocado o prestigio dos govêrnos das nossas longínquas regiões, não tinha força ne– cessária para fazer vingar medidas especiais em favor dos dois Estados - Pará e Amazonas" . O Dr. Bento de Miranda teve o alcance de pensar e di– zer que: "A grande maior ia da nossa elite intelectual, aquela que pela sua inteligência, cultura e energia devia ser destina– àa a impulsionar a nossa agricultura, arrancar do seio da: terra as nossas riquezas minerais, e transformar os milhões de cavalos da nossa "ulha branca" em energia aplicada às indústrias de iransnorte e manufatureira; acha muito mais comodo e lucrativo~ alistar-se ·na grande emprêsa oficial que garante vida facil e abundante, idade madura na bastança e amparada a próle com facilidades extremas de instrução e colocação, numa garantia sucessoral da quase casta que se está formando" . Militando na política paraense desde o govêrno do Dr. João Coelho, o Dr. Bento de Miranda foi acometido em Be– lém, de uma "Paralisia", viajando para o Rio de Janeiro, em busca de melhoras, vindo a falecer no dia 20 de outubro de 1928, em consequência de uma "Nefrite" . O úLTIMO IMORTAL Não sei se por uma coincidência ou por obra do "Dest ino" e do "Fatalismo" tant o o patrono ,como o último ocupante da cadeira n . 0 5; o primeiro por que nasceu, e, o segundo porque viveu e constituiu sua prole na antiga cidade de Ca– choeira, à margem do Rio Ararí, fizeram-me recordar e viver me~mo, os meus 20 e poucos anos , quando em 1933 , pela pr i– meira vez, saí de Belém num barco a vela, chefiando uma embaixada esportiva do Paissandú Esporte Clube, rumo à cidade de Cachoeira . Recordo -me como se fôra hoje - lá foi que conheci a fa– mília do provecto acadêmico Dr. Adalberto Rainer o Maroja, passando o Cír io de Nossa Senh ora de Nazaré, naquela ci– dade marajoára . - 29 -
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