Revista da Academia Paraense de Letras 1961
Revelando acentuado pendor para as matemáticas, sem– pre se distinguiu nessas disciplinas, tanto que era seu de– sejo matricular-se na Escola Polítécnica do Rio de Janeiro. Seu pai, porém, destinava-o à vida comercial e, assim, o jovem paraense empregou-se na antiga "Companhia Pasto– rH", a esse tempo sob a inteligente direção do coronel Bento da Sil_va Santos, seu paàrinho . Mas, a idéia de se formar em engenharia, não o abandonava, e, em 1884, partiu para o Rio de Janeiro, onde se matriculou na Escola Polítécnica, for– mando-se em 1890. O que foi o brilhante curso desse nosso conterrâneo, bem pode atestar o prêmio "Gomes Jardim", que obteve ao fim do curso; medalha de ouro e viagem à Eu– ropa. Aliás, diga-se de passagem, depois do Dr . João Pena, foi o único aluno que con seguiu esse prêmio". De volta à sua t erra natal, foi convidado pelo Dr. Lauro Sodré, então go– vernador do Estado, para exercer um d-os cargos de enge– ;nheiro do Departamento de Obras Públicas, sob a direção do provecto Dr. Henrique Santa Rosa . Por decreto de 1. 0 de Agôsto de 1893, foi nomeado professor de "mecânica na Es– cola de Marinha Mercante", do Pará . Em 1898, lecionou a cadeira de "Geometria Analítica e Cálculo Diferencial e Inte– gral", no antigo Liceu Paraense, sendo pr ofessor do nosso prezado .amigo e acadêmico professor Avertano Rocha. Anos depois, foi um dos destacados membros da "Comis– são de Limites Pará e Amazonas", da qual fizeram parte, o Prof . Avertano Rocha, Dr . Prado Lopes, Dr. Paulo Muniz, Dr. Samuel Mac-Dowell, Dr. Alfredo Sousa e o Dr. Deodoro de Mendonça. Em nossa terra, foi deputado estadual, duran– te três legislaturas sucessivas. Como deputado federal fez parte da comissão de representantes que o Brasil enviou ao México, no Congresso Parlamentar ali reunido. Outra pas– sagem que dignificou a vida do nosso patrono, é que quando Teodoro Rooseevlt, visitou o Brasil, foi Bento de Miranda quem o saudou na Câmara Federal, havendo pronunciado o seu discurso, em inglês. Informou-nos o acadêmico Dr. Manuel Lobato, que o Dr. Bento de Miranda, possuía um "gênio intransigente, tan– to assim que quando presidia a Comissão de Finanças da Câmara Federal, o ilustre mineiro Dr. Antonio Carlos, o nos– so patrono teve oportunidade de divergir certa vez, de um parecer de Antonio Carlos, e, entre outras coisas lhe disse o seguinte: "Muito me admiro que presida uma Comissão de "Finanças, um homem que não entende de Aritimética". Como parlamentar deixou os seus admiráveis - "Discur– sos Parlamentares", feitos na legislatura federal de 1915 a 1917, do qual encontramos um exemplar na "Biblioteca Dr, Acilino de Leão, da Academia Paraense de Letras" . E' um 28 - 1
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