Revista da Academia Paraense de Letras 1961

perança dos seus fundadores. O tempo fez esquecer depressa aquela noite festiva de 3 de maio de 1900. Passado o eclipse, dois beneditinos, Rocha Moreira e Martinho Pinto, reuniram a 1 . 0 de agosto de 1913 ,os intelectuais da terra e no "Ate– neu Paraense" - lançaram as bases ao ressurgimento da Aca– demia, desta feita, com os fundadores, que assumiram a res– ponsabilidade de mantê-la e glorificá-la. Daqueles, então jo– vens homens de letra, que há cerca de meio século se ajun– tavam e dedicavam as suas horas de descanço às labutas do espírito, ainda estão vivos três acadêmicos, cujos nomes vou citar com respeito e a veneração que me merecem os vultos e os fatos que se esquecem, as tradições de minha terra . São êles: Augusto Meira, Paulo Maranhão e Manuel Lobato. Pois assim que a Academia ressurgiu, em 1913, para sofrer novo eclipse, que durou desde a feita de 15 anos. Viveu vida intensa, festiva, gloriosa, até 1937. Em 1940, dizem os cronistas, despertou a Academia - "do letargo habitual". Há 10 anos, desde 1946, o Silogeu tem tido existência movimentada, rútila, brilhante, liderando a. vida espiritual do Pará, estimulando os moços, distribuindo prêmios aos vencedores dos concursos lliterários, que pro– move anualmente, dando vida e esplendor aos certames da inteligência, com isso valorizando a cultura e aprimorando o cultivo das letras e das artes". O PATRONO DA POLTRONA N. 0 5 Infelizmente, meus senhores, pouca coisa vos poderei di– zer sobre o patrono da cadeira n . 0 5, Dr. Bento de Miranda, não por falta de seu valor e de sua personalidade, mas por que o patrono da cadeira n. 0 5, era um homem "Égocentrico", ou "Esquizoide". E como todo homem esquizoide prefere vi– viver encistado para o seu interior, para o seu "Eu", sem a preocupação do "exibicion jsmo" e de se mostrar à sociedade. Aparece apenas quando se faz necessário a sua presença e rala auando a sua nalavra é reclamada. Nasceu o Dr. Bento de Miranda a 20 de julho de 1886, na fazenda Santa Maria, situada à margem direito do rio Camará, no antigo município de Cachoeira, hoje Arariúna, na ilha do Marajá, sendo seus pais o Coronel Raimundo José de Miranda e dona Maria Barbara de Miranda, fazendeiros no Marajá. Era irmão do Dr. Pedro de Miranda, médico oculista ,e do Dr. Vicente de Miranda. Desde a infância o Dr. Bento de Miranda, r evelou admirável inteligência. Ma– triculou-se no antigo seminário de N . S. do Carmo, ao t em– po em que esse conhecido educandário fulgurava sob a ori– entação de D. Antonio de Macedo Costa. - 27 -

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