Revista da Academia Paraense de Letras 1961

◄ a N. O. de Atênas, e que foi rodeado de muros por Hippios, e plantado de árvores por Cimen". Em França, a "Academia Francesa", uma das mais ve- 11:_ias Academias, teve por origem as reuniões que Conrart, fa– zia em sua casa para discutir negócios, novidades, literatura, arte; etc. e as quais assistiam seus amigos: Gedeau, Gembault, Chapelain, Desmarets , Habert e seu irmão, o abade de Geé– risy, Malle-Ville, Sérisauy e outros. No entanto, foi Riche– lieu que , tendo conhecimento deste círculo intimo, lhe en– controu elementos para a constituição de uma sociedade de Letras, e sugeriu essa idéia a alguns dos seus membros, que, desde essa época, em 1634, começaram o registrar o que se passara na sociedade, elegendo um diretor, um chanceler e um secretário perpétuo. Mas a patente de Luiz XIII, fun– dando definitivamente a "Academia", tem a data de 1636, e foi aprovada pelo "Parlamento", em 1637. E assim, foi fun– dada a mais velha Academia do panorama intelectual da Ca– pital do Mundo, onde brilhava um sábio como Pasteur, e o maior escritor da Europa, Anatole France, e um gênio como Voltaire. Essa mesma Academia Francesa, meus senhores, que negou a entrada a um dos maiores gênios do século 19, que foi a sábia Marie Curie, descobridora do Radium e do "Polonio", simplesmente por que madame Curie, era polone– sa, e as "mulheres não podiam fazer parte da Academia", no entanto, essa mesma mulher que foi derrotada por um voto, para o seu concurrente Edouar d Brandly, físico de renome, mereceu por duas vezes, o prêmio "Nobel", de Física, em 1903 , e, de Química, em 1911, e foi c-onvidada para fazer parte de diversas Academias de Ciências, tão celebres quanto a Fran– cesa, como a Academia de Ciências de Moscou e da Kaiserlich Deutschen Akadeimie der Naturfercher zu Halle, de Berlim. Outras Academias sucederam a Francesa, e entre estas, foi creada em 1724, na Bahia, a ACADEMIA BRASILEIRA DOS FSQUECIDOS, pelo Vice-Rei Vasco Fernandes Cesar, de– pois Conde de Sabugena, e extinta em 1725. A esta Acade– mia pertenceram, entre outros: Sebastião eia Rocha Pita, João Mendes da Silva, e os irmãos Bartolomeu Lourenço e Ale– xandre Gusmão. Tinha esta Academia por objeto o estudo da História do Brasil. Em 1736, foi criada no palácio dos governadores, depois paço imperial, no Rio de Janeiro, a ACADEMIA DOS FELIZES. Compunha-se esta Academia de 30 sócios e tinha por emblema "Hercules afugentando com sua clava o ócio" , e a seguinte divisa: "Ignavis fuganda et fu– gienda" . Durou também pouco tempo, e um dos seus mais notáveis membros foi o Dr. Matheus Saraiva, físico-mór do presídio do Rio de Janeiro, e da Capitania e médico do Se– nado da Camara". Diz Manuel Bandeira, em seu livro "Na- - 25

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0