Revista da Academia Paraense de Letras 1961
ça), ou sob a ação do "Sedol", ou na "Sombra da outra", que era Helena Davidson, ficando outra creatura, muito mais ir– riquieta e agitada" ; e, que foi a São Paulo e que não teve a menor idéia do que fez e praticou durante esses dias , e que falava correntemente o inglês, que dizia ser sua língua ma– terna. Esse sub-consciente dissociado, que conseguiu sobre– pujar 'l ~onsciente de Elsa, apaixonando o seu marido o Dr. Alexa.ndre, a tal ponto ,de fazê-lo aplicar injeções de Sedol, em vez de "sôro nevrosteníco" , para se fazer manifestar a personalidade de Helena, e, que chegou ao absurdo, de em– pregar o "enveutement" (semelhante ao despacho da nossa feitiçaria), ensinado pela própria Helena; conseguindo por esse método, assassinar sua própria esposa Elza, quando en– controu-a morta, em cima da cama, com o seu peito crivado de pequenos ferimentos ,iguais aqueles que êle havia prati– cado sobre o corpo de Helena" , e que também deveriam ter sido feito por um instrumento fino e aguçado, que era a agu– lha da injeção, aplicado sobre o peito da boneca. A IMORTALIDADE E AS ACADEMIAS Os homens de pensamento, baseados nas diversas teorias filosóficas de natureza materialista e espiritualista, ou seja doutrina "monista" e a "dualista", não chegando a uma ver– dadeira conclusão da "Imortalidade", onde pairava a dúvida de o homem sobreviver após a morte, tiveram a intuição su– blime, de perpetuarem o seu nome com a extinção da vida, por muitas gerações; perpetuarem-se mesmo na eternidade, prevalecendo-se do seu talento e da sua inteligência. E crea– ram-se grupos de homens sábios, de homens que viviam para estudar e desenvolver os mistérios filosóficos e psicológicos aa vida, em que predominava o sistema metafísico; e dessas re– uniões nasceu a idéia da creação de uma "Academia", e que todo Acadêmico devia receber o título de "Imortal", no sen– tido subjetivo da razão pura, e, que seu nome não devia desa- parecer do panorama intelectual do mundo. . Embora, meus senhores, essa idéia venha contrariar as diversas doutrinas religiosas, desde o Budismo até o Cristia– nismo, parece-nos mais lógica e objetiva, analisada pelas di:– versas teorias filosóficas , desde o positivismo de Augusto.Con– te ao sentido racionalista de Kant, Schspennhauer e Nietzs– che, que os homens realmente imortalizados no cenário da ciência e das artes, foram aqueles que, privilegiados pelos dons que a natureza lhe déra - "Talento" e "Inteligência" - puseram esses dons em prática, a fim de crearem teorias e fazerem descobertas. E assim tornaram-se imortais e os seus nomes serão lembrados sempre que o mundo fôr mundo - 23 -
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