Revista da Academia Paraense de Letras 1961

Kova interrupção deteve os passos do S!lo5eu por mais quinze anos . Quando reapareceu, foi para viver dias festivos e agitados até 1937. Em 1940 despertou, novamente, para o seu glorioso destino. Po– demos afirmar que, desde 1946, a existência da Academia não sofreu mais colapsos. Há quinze anos, portanto, se iniciaram trabalhos nesta Casa, que nos permitem afirmar com a Fé abrnluta que temos em Deus, não se modificarão jamais . Começou a Academia vivendo da condescendência de quem a acolhia sob o seu teto . Sem séde ,sem mobiliário, sem estantes para os seUs livros, esteve até o 1956, quando a transferimos para um prédio alugado, á rua de Santo Antônio . . Dois anos depois, o Governador do E~tado, nesse tempo o nosso preclaro e saudoso amigo General Joaquim de Magalhães Cardoso Barata doava, definitivamente, os altos deste edificio á Academia., e vinha pessoalmente, pr~idir a inauguração d.a séde própria, com as instalações atuais, na noite de 29 de Janeiro de 1959. Depois, conseguimos que o seu substituto no Govêrno, o Exmº. Sr. Luí:; Geolá. 3 de Moura Carvalho, de.asse ao Silogeu, a parte ter– rea. Ato de nitido estimulo, aos esforços dispendidos em favor da cultura paraense . Neste dia memoravel de 3 de Maio de 1961, quando comemoramos o 61.º aniversário da Aca·demia, temos a satisfa ção, - e porque não dizer o orgulho de destacar o va lor do seu atual patrimônio, que ascende há TREZE MILHÕES de cruzeiros, não se incluindo nessa estimativa, o valor das verbas federais, retidas desde o ano de 1959, e que representam para nós: a realização de um dos obj etivos que te– mos por mira cumprir, ainda, e que é a •instalação d.a OFICINA EDI– TORA, no terreo disponivel deste prédio, e cujas obras de adaptação iniciaremos, se Deus permitir, no próximo trimestre . Neste rápldo passeio através do tempo, anotando alguns deta.Ihes mais interessantes da vida desta Casa, sem chegar ás minúcias que a · História exige, temos por bem compreendida a lição que nos ensina o grande Padre Antônio Vieira, no Sermão da sexagésima, pregado na Capela Real, no ano de 1655, depois de haver regressado das Mis– sões do Maranhão. Dizia o famoso pregador: "O pregar, que é fala, faz-se com a boca ; o pregar, que é semear, faz-se com a mão . Para falar ao vento, bastam palavras; para falar ao coração, são necessárias obras". E são obras que oferecemos, neste pregar, de agora, falando não ao vento, ma s ao vosso coração, senhores Acadêmicos, senhoras e se– nhores que nos ouvis. o que foi feito com a mão, na frase do iluminado Vieira, fala mais forte do que as palavras, levadas e dispersadas pelo vento. - 180 - .,,J -

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