Revista da Academia Paraense de Letras 1961
nalista - e à fidelidade ao dever público, fizeram dele um incom– preendido aos olhos dos que o não conhecia m bem e lhe deram na miséria e na grandeza de muitos triunfos e de poucas derrot~s a única recomperu:a capaz de ser apreciada por um coração curtido na violência de todos os desencantos". Srs. academicos, meus senhores: notável coincidência deve ser ressaltada : a 29 de maio de 1958 o Gal. Magalhães Barata assinava, ás 11 horas, no Palácio do Govêrno, a escritura pública de doação do prédio à APL . E a 29 de maio de 1959, ás 11 horas e sete minutos s. Excia. partia para o mistério inquebrantavel do aniquilamento. A Academia já prestou, durante as exéquia:;, varias homenagens a S. Excia. como o luto oficJal por oito dias, a remessa de uma corôa e a participação em seus funerais. Agora, entretanto, dentro de nossa casa o dever de gratidão nos determina prestar à memória, de S. Excia. mais uma homenagem, que ficará gravada em ata e, portanto, em nossos anais . Proponho que seja consignado em ata um voto do mais profundo pezar pela morte do gal . Joaquim de Magalhães Cardoso Barata, ao mesmo tempo que solicito que todos, de pé, guardem um minuto de silêncio pela paz da alma de um homem que, como bem acentuou o nC>ltso confrade, acaàemico e deputado Deodoro de Mendonça, "soube lutar e morreu honrado e honesto como sempre viveu". * A ELEIÇÃO DE LIBERO LUXARDO No dia 21 de Agosto de 1960 foi eleito unanimemente para a poltrona n. 26, patrocinada por João de Deus do Rêgo, o escritor IJ.ibero Luxardo, que tomou posse a 21 de Abril de 1961, sendo saudado pelo academico Osvaldo Viana. Foi o seguinte o parecer da comissão que julgou o livro ''Marabá", de Libero Luxardo: Do romance M:ARABA com que o Sr . Libero Luxardo surge _no mundo das letras nacionais com vigor nada comum nas estreias li t erá rias do dif.icil gênero p;eferido por sua estesia de desbravador de almas, poder-se-á, sem receio de equivoco afirmar quanto de ou– tro romancista. já clirnera o nosso José Veríssimo sôbre comover, com as mais altas e nobres emoções da simpatia humana, êle nos faz pensar. Sim, há uma corrente interior, profunda e caudalosa de senti– mentos no conjunto dessas vidas tão disparas que a arrastam com a p rópria forç-a telurica dos campos, do.s rios, dos sertões indomados cujas paisagens são como telas barbaras ou romanticas nas quais o escrit or as ag ita, rindo ou chorando, amando, sofrendo ... As personagens do sr. Libero Luxa.rdo nós que as conhecemos de longo t empo e as reencontramos quando já qua.si olvidadas nas suas ambições, sonhos, bravatas ou lances heroicos de valentia intrepida - 176 - ...
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