Revista da Academia Paraense de Letras 1961

dl: pãginas tão eloquentes, como "Poesia que não morre''., "última flor do Lacio" e tantas outras, deixaria evidente a viva mobilidade de sua técnica poetica e a constante onímoda de sua inspiração, como nest es versos de seu livro "Sombras do Caminho" : MORENA Tu cheiras ao cheiro da mata cabocla, recendes ao cheiro da campina agreste do nordeste . . . Quando o teu corpo ondula, sapateia, vais cantando no chão, cochicando na areia matutices de viola, face:rices de violão. TAPUIA Debalde na tua alma inquieta e dubia palpita a flama heroica de teu povo, o maracá chocalha, silva a inubia . MULATA Fruto opimo dos tropicos, resumes sombra e sol, brandos e acidos perfumes, virtude estoica, chama de pecado. · NEGRA Filha de Cam, fruto basta.rdo, oriundo do mais triste e infeliz dos continentes, tu bem que amargas o desdem profundo dos senhores hostis e onipotentes. Mas no teu canto, quando ca n tas, chora a saudade dos teus antepassados, que dormem nas florestas• af ricanas. FAVE. LA Favela desgraçada e alcandorada .. . Assim pobre e malsinada, és o asilo dos pobres muito pobres, que só no teu chão podem morar . . . Sem outros bens, do ouro do sol te cobres e da pr ata do céu, quando é luar . - 144 --,

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