Revista da Academia Paraense de Letras 1961

M.as por mais que haja o ceticismo com referência especialmente, á FOLHA DO NORTE, forçoso é convir que o grande jornal do Norte do Brasil, devido o patriotismo do seu proprietário, e decorrente da sua psiqué de indiV'lduo de ação m cralizadora, patente num tirocínio de 70 ano.s , é uma arena aberta a todas as idéias e opiniões, sem que os seus interesses se sintam prejudicados com essas man t estações. O que .se sente na sua política é o idealismo, e o propósito de bem defender os interesses do p~. Paulo Maranhão pois, difere totalmente desses aproveitadores de ocasião . E' egoísta .sim, mas num sentido comercial. Os seus jornais incor– poram-se numa empresa próspera, bem administrada, sempre so– frendo transformações para melhor, e ccmpetindo com vantagem na parte material, com os melhores do Rio de Janeiro. Mas em compen.sação, é profundamente honesto . Estou convicto aliás, que a honestidade é o crisol que abrilhanta a auréola moral dos grandes homens. Haja vista que Floriano Peixoto que, em certa fase, dispondo de todos os bens da Nação, tendo comprado até esquadras, depois de de– fender cabalmente as instituições republicanas, morreu pobre, com os bens empenhados e os filhos por melhor educar . Paulo Maranhão quando Diretor da Recebedoria de Rendas, no Govêrno Souza Castro, podia ter agído á larga, criando favores e ne– gociatas para sí e os seus. O Govêrno em exercício era gente de e-asa; toda a sua política tinha sido consolidada pelas FOLHAS ... Nenhuma oportunidade melhor se oferecía para um cidadão sem escrupulos fazer a sua independência economica. Mas ele nada :fez . Pelo contrário: foi um administrador honrado e r igoroso, constituindo-se o terror ·da malta de empregados falc-a– trueiros e larapios . Enérgico, ranzinza, com a sua gestão, era a moralidade que se impunha na administração estadual. Nela, .as rendas aumentaram, e os seus atos iam corrigir velhas praxes cavilosas, e alumiar com luz mais benefica, a polít·ca finan– ceira do governo . Os desidiosos, os subornaveis, os relapsos estavam longe das suas afeições e da sua roda . K·a Diretoría do Enslno, pôz em ação a sua norma de administra– dor justo e eficiente: n ão admitia tergiversações nem t olerâncias criminosas . Em regra geral, P,aulo Ml:l.ranhão com o seu genio arredío e indi– ferente ás honras do3 altos cargos, foi um administrador ideal, que muito ainda teria favorecido o seu Estado, se não fossem os ata.zeres que o recl-amavam da sua querida FOLHA DO NORTE, um dos mais bem feitcs j ornais brasileiros . Como dizia Mussoline os grandes diários influentes na vida po– lítica e financeira das circunscrições, são em via de regra, aproveita– dores do momento oportunistas, onde se geram o;, "panamás" cor– rutores. Nunca se ouviu porém, falar que as FOLHAS tivessem de leve, participado dum desses escandalos que abalam a moralidade de go– vernos e de certos partidos de fachada ostento.sa . Exercendo parcimonia e economía na sua própria vida privada, o eminente jornalista age como industrial clarividente e sensato, nunca se socorrendo dos cofres públicos em troca de ajuda a negócios escusos. A FOLHA DO NORTE é um diário bem organizado e perfeitamen– te em dia com os melhoramentos modernos. - 136 - . .. .,

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0