Revista da Academia Paraense de Letras 1961

• • · • .. .. Discurso de Posse do Academico Eldonor Lima · ( Em 17 de Março de 1957) AD IMMORTALITATEM Imortalidade! Desde épocas jmemoriais o homem sempre pensou na sua imortalidade, ou melhor, em se tornar imor– tal, imperecível. A esta idéia de imortalidade veio-lhe a da riqueza, a de fazer fortuna, ou seja, a da transformação dos metais em ouro. Essa foi a preocupação dos alquimistas, ho– mens que não eram cientistas, mas metiam-se nos seus la– boratórios situados em subterrâneos, e afastados da família e da sociedade ; só possuíam um único objetivo, que era a transformação dos metais em ouro e o "elixir da lqnga vida". A êsse método de investigação sem base científica, êles deram o nome de "Problema da Pedra Filosofal". O material que lhes servia de fonte de pesquisa, era o mais absurdo possível, como a urina humana, o sangue das virgens com menos de 15 anos de idade, e as excreções dos a.nimais. E' bem verdadr que êsses suspostos cientistas, não descobriram o "elixir da longa vida", nem tampouco, conse– guiram fazer a transformação dos metais em ouro, mas des– cobriram ocasionalmente, corpos simples, como o "Fósforo", que foi descoberto na urina e que é de grande importância na química, como elemento de valor na indústria. Não conseguindo o homem tornar-se imortal, pelo "elixir da longa vida", dos alquimistas, pensou e idealizou na exis– tência de uma alma . O mistério da sombra, como origem da alma, vem desde a época em que o homem perdeu a esperança de se tornar imortal pelo "elixir da longa vida" . Tanto assim que as su– perstições em torno da alma, são encontradas ainda entre os povos civilizados de todas as partes da Europa. Durante as festas do Natal ou Ano-Novo, na Austria, na Alemanha, e também na Yugoslávia, acendem uma vela, e aquele que 1:lão - 13 -

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