Revista da Academia Paraense de Letras 1961
inverno, trabalhando, trabalhando sempre, com um fito úni– co, com um único objetivo. De mangas arregaçadas, suados, exauridos, não descançamos senão, quando, na noite de 29 de dezembro de 1955, inauguramos a séde da Academia, à rua de Santo Antônio, 92 , 1. 0 andar. Dissemos naquela noite, que estavamos dando o passo ini– cial da nossa próxima conquista: a séde própria. Os nossos recursos financeiros sempre foram limitados. Contamos com a ajuda do govêrno federal e do govêrno esta– dual, através de verbas consignadas no orçamento da despesa. Naquela época, minguavam as nossas possibilidades eco– nômicas. O aluguel da casa passava a consumir grande parte de nosso minguado orçamento. Temiamos a derrocada dos nos– sos sonhos e a critica dos desconfiados. Laura Margarida de Queiroz, poetisa de sensibilidade e de inspirada imaginação, escreveu estes versos: "Que linda a vida seria Se o sonho não fosse sonho! ... " E nós, senhores, teríamos de acordar do nosso sonho? Não! Foi quando S. Excia. o Senhor General Magalhães Barata, digníssimo Governador do Estado, veio em nosso auxílio. As– sumiu a responsabilidade elo pagamento do aluguel mensal da séde da Academia. E cumpriu religiosamente esse compromis– so até o derradeiro dia da nossa permanência naquela saudosa casa da rua de Santo Antônio. Nunca desanimamos, apesar de bem instalados, de con– seguir, um dia, a séde própria. A Assembléia Legislativa Estadual, aprovando um proje– to da autoria do nosso confrade, deputado João Rodrigues Via– na, autorizou o Poder Executivo a doar à Academia um edifí– cio de propriedade do Estado. Bastava que o govêrno vetasse essa resolução, alegando que os próprios estaduais não podiam ser doados, na oportunidade, por serem necessários ao serviço público, para que víssemos a nossa pretenção jogada por terra. Mas S . Excia. o Senhor General Magalhães Barata qual Mecenas, aquele benemérito Ministro do Imperador Augusto é um home:m que jamais deixou de proteger e de estimular a~ letras e as artes, nesta ter ra . Não r egateou, nem incentivo nem aplausos, à obra que tínhamos em mente. O nosso apêl~ não foi em vão. Obtivemos o prédio. No dia 29 de maio de 1958, era assinada, solenemente no Palácio do Govêrno, a escritura de doação do edifício q~e é hoje, séde e propriedade da Academia Paraense de Letras. Tôdas as obras de adaptação, de restauração, de embeleza– mento, de ar.te que aqui vemos, para o encanto dos nossos 8
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