Quero - 1945
4 QUERO O Natal do Expedicionario Desde setembro ultimo os nossos patrícios se encontram além-mal· b.atalhan~.º _lado a lado com os heroicos defensores da Liberdade e da Jus-' tiça. Heroi ele tambem - o soldado brasileiro dá neste momento. ao Mun– do, exe~?l.o convincente de patiotismc, de abnegação, de despréndimento de sacrilicio. • Longe, bem longe, passará o Natal; entretanto não o esqueceu a sua "grande. Familia"; ei-la solicita e carinhosa preparando as Bôas-Festas para o filho ausente, agora duplamente extremecido. A carta que se lê abaixo, vibrante de fé e patri9tismo ao mesmo tem– po que repassada de fraterna amizade, é uma das muitas, que acompa– nham os milhares de "Caxias", endereçadas aos nossos irmãos em luta afim de que na noite de Natal sintam menos amarga a saudade e maio/ muito maior depois, o entusiasmo e o desejo de lutar com fé e comiancà'. peta vitoria do Bem, da Paz, da Justiça: · "FELIZ NATAL! Meu caro Expedicionário: Ao preparar, com todo cuidado, a "Caixinha de festas" e ao es– crever esta carta, estive e estou pensando em você, naquele a quem, por sorte, caberão estas lembranças. Vocês são muitos, um Corpo Expedicionário. Minha caixa, uorém, vai dirigida, unicamente, para você. Para você (!Ue é uma pessôa en– tre muitas, oxalá uma personalidade. Sim, você, certamente é uma personalidade. E' a lguem Que está empreendendo algo ele valioso, n ão por entusiasmo, não por estoicismo, não por espirito de aventura, mas està lutando por um ideal sagrado, guiado pelos ditames ele sua c.onciência, levado pela fortaleza de sua coragem, sustentado pela ffr – meza de sua vontade. Mas, meu amigo (permite (!Ue o chame, assim?), as grandes per– sonalidades tambem tiveram momentos de desfalecimento. :Por isso não desanime quando se sentir esmorecido. Na luta, todos sentimos: vez por outra, desejo de recuar. E' quando o coração lateja por uma. saudade funda, quando o corpo cansa por um esfôrço demasiado. Tudo isso é humano e natural. Temos, porém. um ideal. Ideal que '>C ergue dentro de nós. contra qualquer argu~ento que _procu;a nos aba– ter e oue transforma em força a ·nossa ,raqueza. . € ~ntao, :<ecomc– ça~os ã luta, quiçá com mais vantagem porque já experientes e sem ilusões. Talvez esteja pensando q• e eu não ::;aiba o que seja uma luta. Pois não é verdade. Tambem eu sou soldado. Um joven soldado. Como você estou lutando. Embora em campos diferentes, batalhamos pclu mes~o fim: a liberdade e a paz. Adivinha ~uai seja o m.eu i::ampo de batalha? E' a Ação Católica, aue outra cousa não quer senão, que se estabeleca em cada um de nós, e de modo geral na sociedade, a ver– dadeira liberdade e a paz ségura dos principios sociais de Cristo. Crê que alcançaremos !sso? Eu, de minha parte, t_enho m.uibt confiança e espero que voce tambem a tenha. E' maravilhoso pensar como cada um de nós pode contribuir, com o som de suas pequeninas notas, para a composição grandiosa da magnifica s_~f?nia ~a Vitó– ria Oh! Pensemos confiantemente, que o dia da Vitoria nao esti 1on'ge. Que brevem~nte você e se_us companheir?s, já. em ~olo pátrio, entoarão entre os seus, essa ansiada e h a rmoniosa smfoma. Co11finúa na pag. 21 ....
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