Quero - 1944

1 quero MAI0 - 1944 REVISTA MENSAL J. F. C. B. Belém-Pará-Brasil E t sempre o mesmo quero ( Das que partiram às que ficaram) , E RAMOS tôdas, na "Juventude", um só coração e uma só alma. Não, de– certo, na acabada perfeição que Jesus exige: sede um, como o Pai e eu somos um - mas, pelo menos, na intenção de nossas obras e na direção de nosso ideal -·o apostolado. Cada uma podia dizer um "quero", apostólico e generoso, e tôdas se orques– travam numa impulsionadora sinfonia. Teríamos fraquezas de enfêrma natureza , mas, ao sôpro da graça, o coração da ''Juventude'' tinha, não raro, nas suas atitudes. reflexos corajosos da atitude de Pedro, à porta do Cenáculo, em dia de Pentecostes; teríamos quedas do egoísmo humano, mas, se nos apontavam 'J Mes– tre, ali, ''à espera de nós''. sabíamos, aind ;-1 como Pedro, atravessar as ondas adver– sas para um - eis-nos, Senhor! - con– nante e filial. A ''Juventude" sabe levar, galharda– mente, sôbre o coração -às vezes impe– tuoso, mas sempre leal, quiçá temerário, jamais orgulhoso, - a sua inquieta chama de apostolado, tal uma garbosa pluma medieval, romântica e cavalheiresca, on– dulando ao vento forte de uma vida plena. Assim, somos tôdas, assim éramos tôd~s . Rio de Janeiro Abril de 1944 Um dia algumas partiram ... O Mestre, que é senhor das almas e dos corpos , dissera a cada uma: quanto a ti, segue-me . .. RP.tirou-!hes da mão o trabalho ini– ciado, velou-lhes paisagens familiares, cortou liames que pareci am indestrutíveis. E as que tinham partido, chegaram ... onde Deus as levara: ao convento. Os olhos pareciam ceguinhos, por- que não viam mais o que tinham olhado .. . as mãos, inabeis-ante a tarefa ignorada .. . o coração, ah! o coração, porém, era o mesmo. Lá estava, no fundo, a chama conhecida, a companheira íntima ... Lá estava. Reconcentrada, agora, a seme– lhava-se à lâmpada do Santíssimo, pe– quenina e vermelha como são as brasas. Ali estava, falando a mesma lingua– gem, queimando-se naquele mesmo de– sejo de levar Jesus às almas e as almas a Jesu~. Era, ainda e sempre, o mesmo "quero' ', êsse, das que partiram: pombos– -correios, cativos temporàriamente nas malhas do amor recolhimento, ofegantes ante a espectativa da mensagem, que irão levar às almas, no LARGO vôo do amor– missionário.

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