Quero - 1944

<fue.\'o ..,;;,..::;:;:;...;;ov___...._ _ Êle não podia falar. .. havia de calar-se qual túmulo fechado . .. Agora . . . faltam apenas quinze minu– tos para uma hor·a da madrugada .. . agora só um minuto . O minuto passou , pois o relógio da torre dá uma hora . Agorn, sim, virá o horrivel momento! -- Deus tenha pena e misericórdia das nossas pobres almas! ·O sacerdote estava esperando pela anunciada catástrofe, e . . . ela não veio. O relógio deu um quarto após uma hora , depois , duas horas , e afinal, três horas . Começou a amanhecer no longínquo leste, as estrêlas empalideceram, e, daí a pouco , se mostrou a bela aurora . Os pas– sarinhos deitavam a cantar e por último surgiu o amavel e venerando vulto do astro-rei. A alegria do sacerdote era grande. Su– pôs êle que o homem, m';!ditando sôbre as pal_avras da exortação, desis tira do plano infernal. Mas não fõra ass im . Ás seis horas, bateu êsse desconhecido de. novo à porta do capelão, que o deixou entrar. Êste, porém, apenas entrara no quarto, lançou-se. todo excitado, aos pés do sacer– dote, suplicando: - Perdão, meu reverendo pai! pelos suplícios que eu vos causei nesta noite! Vossa virtude e fidelidade me contiveram . Eu era um descrente, um inimigo da Igreja, um inimigo dos ~acerdotes católicos. Que– ria eonvencer-me da fidelidade dos sacer– dotes quanto ao sigilo da confissão . 13 J. F. C. 8. Belém-Pará-Brasil Quéria aproveitar-me do vosso caso para a publicidade; vossa fuga devia servir– -me de prova, pois eu não acreditava que V. Revdma. passasse vencedor por essa ter– rivd prova. Durante tõda noite observei vossos quartos; verifiquei que neles havia sempre luz. Imaginava o vosso sofrimento moral; a cada instante esperava que ha– víeis de abandonar vossa habitação; es– piava e esperava pela minha vitória. Po– rém , graças a Deus, eu era o vencido! V. Revdma . me salvou. Sim, a fidelidade do confessor resistiu às provas mais duras . Eu fui batizado na Igreja Católica; mas sou um grande pecador. Era-me impossí– vel a confissão; e quando para ela me convidavam, eu dizia sempre: Os sacer– dotes. nunca jamais hão de saber os meus pecados; êles nunca conhecerão meus de– litos para os divulgar e quiçá , me denun– ciar.em . Agora estou bem informado . O sa– cerdote cala-se sôbre a confissão, mesmo que isto lhe custe a mais amarga morte . Reverendiss!mo senhor, estou con– vertido, humilde e contrito desejo acusar os meus pecados . O reu se confessou na mesma hora. 111 l lJ lt 11111 , 1 Í li 11111111 IJ 11 li U 1IIIIJ•U I Ulf 1•11 ll.l U lll11 l'lllt l,tll l'l,1'11 PADRE PAULINO BRESSAN Regressou do Rio, onde esteve por alguPs mêses, o assistente da J ic que de volta de sua viagem continuará com o seu espí– rito apostólico e culto a animar as reuniões da Ação Católica, na paróquia de Nazaré.

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