Quero - 1944
,----- ---~ ::::;=ç.;-.::;: ç;;=;:;:..:::::-- . .:::::;: - - -- ..... - A gruta de Subiaco recebe de novo o seu hos– pede. Entretanto, ela não consegue oferecer-lhe a solidão. São Bento é já um mestre e a sua santidade atrai numerosos discípulos. Em pouco tempo , 12 mosteiros, co :11 12 monges cada um, rodeiam a caverna. O santo se torna definiti– vamente o abade de uma numerosa família de cenobitas. Não é essa · contudo a mordda de– fi-nitiva do Pai dos monges do Ocidente,. Sua santidade fecunda despertou a inveja de um mau Padre dos arredores. Êste quer afastar São Bento de qualquer modo: tenta desacredi– tá-lo, tenta envenená-lo e tenta afinal pertur,– bar a tranquilidade de seus filhos. São Bento vê nessa perseguição odiosa, não um motivo de queixa e impaciência, mas um sinal da Providência indicando-lhe uma nova missão . Dá superiores aos doze mosteiros de Subinco e toma o bastão de peregrino. E será em Monte Cassino que irá fundar o novo Mosteiro desti– nado a ser a raiz da árvore rnagestosa do mo– naquismo ocidental. Aí escreve a sua Santa Regra . Aí morre de pé, rodeado pelos seus monges , tendo provavelmente 63 anos de idade. Não nos é possivel dizer aqui o que foi São Bento como santo, taumaturgo, abade e mestre. Para isso temos que encaminhar os interessa -,– dos à ''Vida de São Bento" de São Gregório Magno (cuja tradução portuguesa é anunciada pela Ed. Lumen Cllristi, Ri o ) ou ao "São Bento'' do abade Herwegen (ig11almente an1111- ciado pela Lumen Christi e já hastante divul– gado çntre nós, particularmente na sua tra~u– ção francesa - Ed. Descl ée de Brouwer et C1e ., Paris). Resta - nos dizer algo sõbre a situação atual dos beneditinos no•Brasil. Tem um .certo propósito êste salto de 14 séculos quando se escreve um artigo para uma revista de Ação Católica. Pois há entre a Ação Católica. na sua organização hierárquica e diocesana, fundas analogias com a vida beneditina, como tam– bém na ordem concreta as mútuas repercus– sões entre nós têm sido palpaveis. Há no Brasil 6 mosteir0s beneditinos ( omitimos a. enumeração dos priorados dependentes) Bahia, Rio de Janeiro, S. Paulo e Olinda, Santos e Boa Vista (Amazonas ). Há. ainda 2 casas de estudos, uma em Três Poços ( Est. cio Rio), parn estudos teológicos, outra em Garanhuns, para Oblatos. Por essas casas distribuem-se cêrca de 150 monges de côro e 50 irmãos con– versos . No que se refere à nossa alusão as l l J. F. C. B. Belém-Pará-Brasil repercussões_ do monaquismo nos ambientes ela Ação Católica, te,nos que assinalar cerca de 15 vocações beneditinas saídas ultimamente ·cte suas fileiras . Mais interessante, entretanto, para as lei– toras desta Revista será dize r alg(, sôbre o movimento feminino. A necessidade de ser breve nos faz silenciar, ao lado de São Bento, o nome de sua · irmã Escolástica, santa como êle e mãe das monjas beneditinas. Ela tem tamhém suas filhas no Brasil. Pois há em S. Paulo u_ma Abadia de monjas- a Abadia de Santa Maria ~ participando da missão nobi– líssima das virgens no louvor divino . Grande é o número de jovens que ;i ela afluem, quasi tôdas provenientes. da Ação Católica. De Belo Horizonte sobretudo, mas também de Uberaba, Juiz de Fora e Rio, numerosas moças vão bater as portas da Abadia. Santa ,\i',aria, com 50 ·re– ligiosas, aproximadamente, está longe de po– der dar ingresso a tôdas que a procuram . Ela nos faz lembrar os tempos luminos os em que as virgens afluíam de todos os cantos a exi– gir dos bispos - que se chamavam, então, Am– brósi o, Agostinho, ou Gregório ~ a consagra– ção e o veu. E até para além de nossas fron– teiras a sua seiva frutifica . Pois de Buenos Aires, igualmente da Ação Católica , numero– sas jovens vieram a Santa Maria pedir o há– bito 111011acal. E hoje já existe em Buenos Aires um mosteiro feminino, com mais de 20 religiosas,. cuja fundação é a primeira fr-utifi – cação da Abadia paulista. Encerramos, com isto, êste nosso artigo, cujo assunto tão vasto nos força a ser exces– sivamente sumário e incompleto. Ficamos bem longe de oferecer uma idea, mesmo pálida, da vida monástica. Que idea poderá ter dado da vida monástíca quem nem siquer poude de– ter-se um instante sôbre a função do côro na Igre ja, sôbre a excelência do Ofício Divino que eleva o homem ao nivel angélico, antecipando na terra a uni ão eterna com o louvor contínuo dos ~sera fins? Contudo, dar-nos-emos por con– tentes , se, ao menos negativamente, pelo que li.í de obscuro e confuso em nossas palavras, suscitarmos alguma curiosidade sôbre essa realidade eterna da Igreja, tão necessária nos dias agitados e dinâmicos em que vivemos– º monaq11ismo. m. a.
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