Quero - 1944

10 J. F. C. 8. Belém-Pará-Brasil -::.;::..:;.=c;-..,,.:::::;:::c:.,.,,.::.ç,..,_..._,,-..,,.-_w:::-C..,_ --=- ,.:.....,.__....,,....._,,...,..,,. ...,,,_._.._.............. ~ As grandes Ordens e seus fundadores ( Continuaçao ) citamente uma das grandes tarefas do bene– ditino nos tempos modernos: no meio do ma– gnífico florescimento das ordens e congrega– ções . que veem atender às múltiplas necessi– dades do rebanho de Cristo, o monge bene– ditino, como irmão mais velho, vela de modo particular pela fidelidade ao eterno e perma– nente na Igreja. Já S. Gregório Magno, o primeiro de uma série de grandes papas beneditinos, elogiava a Regra como " grande pela sua discreçã o". Po– deriamas querer apontar aí um novo traço da vida bened itina. A rigor entretanto, a di scre– ção é a vi rt ude do que sabe discernir e julga r, do que sa be hi era rquizar os val ores, colocar o que vale ma is acima do que vale menos, o o que é eterno acima do que é temporal, o que é unive rsal acima do que é particular, o que é da Igreja ac ima do que é próprio. Como tal , d iscreção se confunde com o que chama - • mos de estil o clássico e com aquela preocupa– ção imed iata com o essencial. Finalwente, ainda qu e não alimentemos a presunção de ser completo, não · podemos aludir ao menos a um novo traço que se tor– nou e~ nossos dias dos ma is tipi camente be~ ned it inos. Ali ás já aludimos d~ passagem a sua manifestação mais caractenst1ca qua_ndo tratamos da organização do moste iro e as sina– lamos a forma pa ternal da aut ori dad e do abade. O fa to é bas tante s ignifi cativo pa ra que mereça ser marcado mai s for temente : enqu ant o ~ ten– dê nc ia moderna é pa ra ce nt ra li za r a aut orid ade, regu la ndo-a por le is mu it_o precisas , o ª?ª~: conserva ainda uma auto n dad e pessoal e 1111 dia ta sôb re os seus monges e uma li be rd ad e paternal para decidir, em fa ce de Deus e ti o Cristo os casos particulares. É sõbre a pessoa do ab~de - o " Pater familias '' - que o mo s– teiro está edificado. Repete-se, portanto, ana – lbgicamente no mosteiro a forma pessoa l -:-– sóbre a pessoa de Pedro - em que a lgreJ a foi edificada . Há consequentemente uma certa semelhança entre um mosteiro beneditin o e uma diocese. A rel ação paternal dos bispos para os fi ei s assemelha-se com a do Abade para os monges. Teríamos ainda muita coisa a dizer se entrássemos pela hi stó ria e quiséssemos apon – tar algo desses 14 séculos de vida beneditina .. Seria em grande parte a história da Igreja, se– ria a história de milhares de santos, seria a história da civilização cristã ocidental. Mas já começamos a atingir os limites de um ar– tigo. Acrescentaremos, portanto. apenas algu– mas palavras a mais sôbre o Santo_Fundador e faremos a segu ir um salto de 14 seculos para olhar ràpidamente para ês te nosso Brasil do século XX. · São Bento nasceu na Nursia , pelos fins do século V, talvez no ano cte 480. Pouco ou nada se sabe do seu ambiente faryiiliar. São Gregório deixa en_ten_der que pr~ve!n _da no– breza de sua Prov1nc1a. De:;de a 1nfanc1a mos– trava u111a grav id ade ma~ur~ _e muito jovem, abandonou seus estudos Jur1d1cos, em Roma , para ir em busca da solidão . Sua vida mo– nástica começou, desse modo, pelo eremitismo: um monge chamado_Romano lhe de~ o hábito monástico e por muito tempo repartiu com êle 0 seu alimento. São Bento hab ita primeira– mente uma caverna, situada a 50 milhas de Roma, pa1_·a o ~este, no . lugar chamado Su– biaco . Du1ante 3 ano s vive socegado no seu esconderijo, sem chama r a atenção. Afinal al– guns pastores º. de~cobrem e em breve os fieis dos arredores ,dluem em busca de sua pal av ra . P_o~co depo is os re(igiosos de um mosteiro v1s1111lo veem arranca- lo, a fôrça de instância , de sua ca verna para que fõsse go– verná- lo s. É a primei ra experiência ce nobíti ca do a ra ntlc abad e. que por sinal nã o foi nad a sed~tora . Os re li giosos, descontentes com a sua sev eridatle, tentaram envenená-lo. São Bento traça o sinal da cruz sôbre o copo que continh a o veneno e êste se faz em pedaços . É um dos primeiros dos numerosos milagres narrados por São Gregório Magno, na sua V, aa de São Bento (2.º livro dos Diálogos).

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