Quero - 1944

quero 6 J. F. C. B. Belém-Pará-Brasil _____________::::.;v:.::;:::________ sados das numerosas filosofias sociais na~ foralisfas, que hoje em dia se atri buem o privilégio de· ser as -únicas verdadeira– mente despreconcebidas e científicas– não me anima o propósito de separar e sim de aproximar. Não quero diminuir o carater científico dessas sociologias. Que~o apenas pedir justiça, se é passivei assim dizer, para a nossa • própria posição , sem– pre injustamente atacada como s~dáriH. Emquanto êsse estado de espírito reinar - entre •sociólogos , não será possíve l falar de uma ciência social objetiva e conti– nuará a dominar o cepticismo sociológico . Ao contrário, se . quisermos ver a ciência da sociedade contribuir para resolver al – guns problemas mais difíceis do após– -guerra, que encherão pelo menos todo o século XX, - · temos desde já de clarear nossas ideas e encontrar um terreno co– mum de entendimento, entre os vários sistemas sociológicos em presença . Pensando nisto é que há tanto tempo insisto no ponto que ora toco . Quatro são , a nosso ver, os postulados em que assenta qualquer sociologia de base cristã : 1 - a existência de Deus; 2 - a imortalidade da alma; 3 - a liberdade da vontade; 4 - a encarn í: ção de Cristo . Quatro são, por seu lado, os postu– lados geralmtnte implícitos e poç vezes até explícitamente negados , mas incon– cientemente afirmados na realidade pelas várias soc10logias naturalistas : 1 - a inexistência do sobrenatural ; 2 - .a materialidade da alma; 3 - o determinismo da vontade; 4-o evolucionismo progressivo e mecânico. Da próxima vez examinaremos cada um dêsses postulados, procuraildo mostrar a repercussão que cada um deles tem para a compreensão dos fenómenos sociais e as consequências que deles derivam para a organização da c0nvivência humana, para as diferentes modalidades de civili– zação e para o progresso da própria hu– manidade em geral. Se tanto d1;moramos nestas explicações ·preliminares dos nossos postulados de filosofia social e daqueles que observamos nas filo.sonas sociais de outra vertente, é que sabemos quanto se costuma deturpar o nosso pensamento a respeito . Se não temos. a pretensão de converter ninguem às nossas iieas e de forçar outros sistemas a adotar os princí– pios de um sadio existencialismo socioló– gico cristão, - desejamos ao menos ter P.xplicado com toda a clareza e até com uma it1sistência porventura importuna o nosso ponto de vista . Se não podemos evitar .que a má t'é caricature o nosso pensamento, podemos pelo men0s pedir, aos homen s de boa fé, que não se deixem levar por essas caricaturas, mas que pro– curam honestamente informar-se de nossos propósitos . E é sempre aos homens de boa fé e contando com a boa fé dos ho– mens, que procuramos expor o que nos parece verdade .

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