Quero - 1944

"EIS que aí vem o Sobera no Sen hor ; e m sua mão está o reino, o poder e o im– pério." ( lntr. da Missa da Epifa ni a) A Epifania é a, manifestação da frag il criançs da noite de- Natal. Aquela mãozin ha empunha o cetro, símbolo do poder soberano no céu e na terra . , "Em trono elevado vi ass~ntado o Varão a quem adora a multidão dos anjos, cantando unânimes: Eis Aquele cujo império e nome são eternos." {Intr. Dom. dentro da Oitava da Epifania) E' sob a impressão da eterna majestade do nosso Soberano s~nhor, que começamos os seis Domingos que entremeiam a Epifania e a Septuagéssima. Impressão, essa, que deve ficar bem viva cm nosso espírito. Para reacentua la cada vez mais, de novo o Introito do segundo Domingo reza: "A terra tôda Vos adore, e cante em vosso louvor, ó Deus; a vosso Nome entoe hinos, ó Altíssimo!" Os quatro Domingos seguin– tes repettm: ''Adorai a Deus todos os seus an– jos_ O Senhor é Rei; exulte a terra e alegrem-se as muitas ilhas.'' Se importa não nos esquecermos do que era, desde tôda a "ternidade, e o que continua a ser, Aquele que se nos manifestou, imperioso é. igualmente, compreendermos profundamente a missão que vem cumprir aqui na terra, No meio das trevas, Êle veio fundar o seu reinado de tuz. Trabalha, agora , por es– teod~-lo exterior e interio rmente. Nos Domin- · gos, que celebramos, Cri sto nos aparece como Sacerdote (2.• Dom .), como Salvador (3.º Dom.), como Vencedor (4.• Dom .), como Juiz (5.º Dom .), como Arquiteto (6." Domingo). , .. * ,. * Crisfo-Saccrdolc. Perpetua seu sacrificio expiatório e santifica pela graça dos sacramen– tos. Regenera o indivíduo pelo Batismo e a hu– manidade, na sua fon te , pelo sacramento do Matrimônio. Aparece-nos o Homem perfeito, no - seio duma família, numa fe ~ta tão genuin amente terrestre e humana, numa festa de bôdas. Pre– cedeu-o, ali, a sua imacu lada Mie, a ma is · no– bre imagem de Mulher e a Med ianeira de tôdas as graças. De um sentimento tão delicadamente feminino, e de uma compreensão tão profund a– mente humana, resulta o mil agre para assegu– rar e aumentar a pura alegria de uma modesta famíli~. Sem dúvida alguma, é isso mesmo o que j esus quer. Mas .Êle tem em mira um fim bem mais elevado e de alcance infinitamente maior. Pela sua presença, pela sua caridade, pela sua ação, pelo Sacramento que institui, .Êle consa– gra e santifica a origem das gerações huma nas: -a fa mília . Desde êste momento, o contrato natural, instituído por Deus no paraiso terres– tre, torna - se Sacramen to , sinal cuja simples aplicação produz a iraça. Santifica e consagra o que o homem tem de mais íntimo, de mais seu;• o que mais o domina, subjuga, escraviza; o que m&iis luta lhe custa-mola, enfim, e, fina– lidade de tôda a sua atividad e aqui na terra. A ação salvadora de Cristo, qu e boje celebramos, dá a solução cabal para todo o problema sexual. Solução única e ,qu~, para maior mal da huma– njdade, não foi acei ta. Cristo-Salvador. Formam legião os pre– tensos salvadores d1:1 humanidade. TodÓs se movem 1101 campos de sua especiHlidade. Tra– balham na ordem económíca, política , socia l ou . moral. Uns querem salvar o homem remediando aos seus males físicos, outros cultivando-lhe o espírito. Há quem pense que o mundo será salvo, se não houver mais analfabetos. Opina-se que a humanidacte deve elevar-se a u,m nivel superior dé cultura, O homem deve tornar-se mais filósofo, dizem uns; mais cultor das ciEn– cias naturais, proclamam outros. Fechem-se os alfarrábios,· bradam os desgostosos. Trab1:1lhar é o que vale ao homem, produzir, ganhar di– nheiro, para poder satisfazer os seus desejos, para divertir-se. Que desenvoliva o íisico, que tenha musculatura, i,eja agil, robusto e resis– tente. Viva sem peia nem obstáculos no meio d bela natureza, gozando por todos os poros o que a terra e o sol lhe oferecem. ll l

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