Quero - 1944

.., por que, quasi nos últimos dias, o carnaval a estava atraindo, como jamais acontecera nos outro,s anos. Convidada pe las primas, marcara a ida às festas dos três célebres di as. Foi quqndo - oh! que d ecepção! - soube ser o carnaval tota lmente pro"ibido Ç\e la Ação Católica. Como era poss ível?! A Ação Católica. que -encerrava tanto entusiasmo, que tranimi– tia tanta alegria?! Como poderia impedir que as moças se divertissem? Era o cúmulo! Da cabeça de que "beato" teri a plt rtid o essa idea "trágica"? E, ela, que estava pretendendo ingressar na Ação C tó lica . .. Teria de re– nunciar aos prazeres qu e a sociedade ofe– rece parn ter a honra de reeeber o distintivo do. exército de Cristo Rei? Não; não era cri– ve i! Por que não harmonizar um'a coisa com a outra?. Ser apóstola d~ Igreja e, justamente por isso, aparecer em todos os .logares para lutar pelo reinado de Jesu s Cristo, até mesmo... no carnaval. E por que não? Era era aiu"izada e sabia dar o bom exemplo numa festa car– navalesca. Por que seria que a Ação Católica era tão rigorosa? Nio compreendia e achava melhor não averiguar mu ito . .. Lúcia não re– s istia. Estava na flor d a idade e em preciso aproveitar. Afinal, não tinha, ainda, compro– misso com a Ação Cató lica. Iria, pois, ao carnaval. ,, * * * , Lúda, sempre decidida, estava disposta a aproveitar quela oportunidade para se di– vertir, para gozar. Com a maior animação brincava nu~ z:gue-zagues em companhia das primas e •de rapazes conhecidos. E a música tocavll ... E a jazz roncava ... E as bôcas berravam... E as pernas pula- .. J. F. C. B. Belém-Parã-Brasil ...-------~ vam ... E as serpentinas caíam . .. E a festa ani– mava-ae .. . E todos se misturavam ... Lúcia ia e v inh , levada pelo entusiasmo que todo P ambi nte provocava em ua natu– reza sensível. Ria, cantava, requebrava - se e pulava , tal qual como os outros. Tal qual cbmo os outros! Mas, nãp ha– via ela pensado cm ser diferente? Não era a futura mi litante da Ação Ca tóli ca, que espe– rava dar o bom exemplo naquela festa?' E que estava ela fazendo de mal? Tanto quanto os outros . .. E Lúcia observa os outrqs. Presta aten - ção ao que se passa naquele meio. E vê ... seus olhos enxergam coisas ... COISAS.•. Ela não chegara assim ao auge, mas, aparentemente, fizera tal qual os outros . Qui– s t ra , entretanto, dar ali o bom exemplo. E que ignificava um bom exemplo naquela bal– búrdi~? Diminuiria o mal,· transformaria o ambiente 7 Contimtou a _prestar atenção.· O barulho era cada vez maior. Cada vez mais entu siasmo. cada vez mais alegria. Entusiasmo ... Alegria ... É o que a Ação Católica proporciona. Mas, que diferença! No càrnaval, o entusiasmo e a alegria eram pro– vocados por uma música sensual, que fazia endoidecer os ju"izos. O carnaval vinha satis– fazer a necessidade de abafar no prazer louco de algumas horas, os sofrimentos de todo dia. Ilusão! llusão que permitia e incentivava li– berdades as maii. perigosas e a-s mais repro– vavcis. E Lúcia pensa na pro"ibição da Ação Católica a respeito do carnaval... Começa a compr1ender. Compreende, porque sente o grande contraste: de um lado - viver cristã– rnente, . trazer a responsabilidade de membro ativo da Igreja, fazer em tôda parte o aposto– lado do ex~mplo e da ação; de outro, total duregramento de costumes, perigo ça re~uta- ( Continua na página 13 )

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