Quero - 1944

26 QUERO santo confortou-os e guiou-os para a cidade. E foi à frente deles que PC·· netrou no paço episcopal. To– do o Cabido estava reunido; o bispo , solene em seu trono, já esperava o anacorêta. De uma alta janela de vitrais coloridos, longo raio de sol des– cia e atravessava a sala, fa.. zendo sobre o chão atijolado, larga mancha elitica de ouw. Quando o santo entrou, se · guido dos dois fidalgos cab1s · baixos, o bispo, espantado, er– gueu-se e quis saber a causa de suas presenças naquele mo– mento em que se ia julgar o crime de que tinham acusado n humilde padre . Nenhum respondeu e todos os olhares se convergiam para o monge, cuja alva e longa barba parecia de prata sob a claridade do grande raio fli: sol. Um silêncio de espectativa encheu a sala. O bispo orde•· nou: - Deponde onde quizerdes a sacola e o bordão, ajoelhai-vos e respondei fielmente às per– guntas que vos fizerem, irmão Goar! O santo escutou atentamen– t e a ordem e procurava um ca– bide onde pendurar o que tra– zia e nada vendo que lhe ser– visse, com grande simplicida– de, sem reparar no que fazia , silenciosamente colocou o seu fardo naquele comprido raio de sol. E. oh milagr.e! - diante cios olhos r-stupefactos de to– dos, os obietos ficaram suspen– sos do raio de sol. O bispo, comprt=>endendo t.,t– do, ajoelhou-se. Todos o imi– t aram. E, no meio daquele si– lêncio, os dois fidalgos excla– maram: -Perdoai-nos, Senhor, ter– mos tão vilmente vos calunia– do! O b:r.~'JO falou comovidamen– te : -Perdoai-nos, irmão Goar, ter dado ouvidos a essa calú– nia. Todo o Cabido se pronunciou cm côro : - Perdoai-nos ,irmão Goa.r! E São Goar, de joelhos: -Pccdoai-me irmãos! Eu vos juro que nada fiz. Foi Je– sus Crisl o na sua infinita mi– sericordia que tudo fez por mim! Mari a de Belém Menezes (Adaptação) . Os Itiinigos da Igreja OS IGNORANTES, aqueles que nunca estudaram a religião e a combatem. os ORGULHOSOS, que S~; firmam só em suas opiniões e crêem só no que vêem e despr€– zam as verdades da fé . OS SENSUAIS, aqueles que querem viver só no gôso dos prazeres sensuais. OS LADRÕES , os que têm vi– vido só para lesar o alheio e n fi o querem restituí-lo. OS :B'RACOS. aqueles qUfJ não têm coragem de reagir con– tra as paixões , contra os persc · guidores da religião.

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