Quero - 1944

Conforme prometeramos cm nosso numero de outubro, iniciamos hoje, a publicação de um ro– mance, cuja leitura despertará, de certo, a aten– ção dos nossos leitores. Ei-lo: Adaptação e tradução livre do romance "SANT,\ MARIA", de GUIDO l\ULANESI. PREAMBULO Admiravel, excepcional é a figura de Irmão Lorenzo - o humilde e jovial servo de Deus, no meio de uma sociedade corrúta e per versa. Quem conhece os planos de Deus, quão incompreensíveis são os seu.:; caminhos !? Posto por Deus ocasionalmente diante de uma criatura perdida, ver~ dadeiro espirit-0 do mal, o Irmão Lorenzo representa o seu papel sobrena– tmal, cheio de bondacle e de perdão para com aqueles que o desprezam . No começo não atina com o planos da Providência., mas quando percebe q~e Deus quer, por eu intermedio, salvar uma alma imortal, não h esita. tirante dos inumeros obstaculo que se apresentam, para arrancar das garras do demonio a vitima do comunismo - a heroína do nosso romance. . . .E só Deus foi testemunha das lagrimas de gratidão que o pie– doso padre derramou diante da Virgem milagrosa que invocára, cheio de confiança - Nossa Senhora de Pompeia quando, graças a Ela, o demonio foi derrotado. l .ª PARTE ROGAI POR NóS... I Em 5 de setembro de 1934, aprestava-se para deixar o porto de Havana, com destino e New-York, o luxuoso paquete "Dezembro". _ . O~ passeios marítimos que a "Green-Way-Line", organizava .nao ti– nham boa fama nos circulas sociais de New-York e os 300 passageiros que se achavam a. bordo do "De7embro", juntamente com a tripulação qu~ se compu11ha de 240 homens. não pertenciam a uma classe muito respeita-• vel. A vida durante estes dias, constituía uma festa ininterrupta, com b~– canais tão vergonhosas que as orgias de Nabuchodonosor _podia1'.1 ser ti– das ramo divertimentos inocentes. A noite quando, no salao feen<:amente iluminado por lan ternas multicores, os pares se formavam aos acordes de musicas sensuais e provocadoras. a dissolnção tocava ao auge. Magestosamente sombrio o mar envolvia. em silencio profundo o na– vio malfadado, como se lançasse, de antemão, veemente protesto contra os criminosos l')razeres nue se iam desenrolar. . . O mãr - êsse- portento. reflexo imponente da onipotência d1vma, ama aqueles que, sobre as suas águas. ganham rom o suor do seu ros!o o pão cotidiano e generosamente guarda, no seu seio impenetravel os gra~– des heróis da humanidade, que tingiram suas ondas com o sangue rubio, nas arrancadas éoicas da história . . Mas é certõ, também, que êle, na sua magestade, exige cumi;_rimento do dever Com adio e desprezo transporta navios como o paquete Dezem– bro". Sente-se, na profundidad~ de s~as águas, o flagelo de Deus - .e; 1 tais circunstâncias e pronto, nao hesita em lançar-se sobre a presa pa a envolver no seu abraço fatal, quem não lhe merece a estima. 9

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