Quero - 1944

12 J. F. C. B. Belém-Pará-Brasil ••••••••••• 111t1•••••• ■ tllllllllllllllllllllllllll ■ ••••••·•••·•·• ... •••tllllllllllllllltltttlllltlllllllll'll ■ IIIIN·•·•··•··••••·••ltlllllllllllllllll••··•• ■1 união brutal, e sua união passageira nada muda na sua natureza. Mas ao homem e à mulher que põem sua razão e SçU co– raçã~ na escolha do ser que associam à sua vida; ao homem e à mulher que se dão livre e inteiramente; ao homem e à mulher que se conhecem participantes da ação criadora de Deus; ao homem e à mulher que compreendem a grande honra de engendrar seu semelhante; ao homem e à mulher que se aperfeiçoam e comu– nicam sua perfei ção na sociedade conju– gaJ; ao homem e à mulher que não se unem como os vivos das espécies inferi o– res , mas que se casam, Deus devia uma bênção mais ampla e mais sublime . Por isso, Deus ajunta o impéri o do mundo às promessas· de fecundidade e ao mandamento da reprodução . Era a di gna consagração do veneravel e singular con– trato, cujo objeto é tão precioso, cujo fim é tão nobre e cujo motivo é tão doce e suave." '' A essência .do matrimónio é a conjugação, a obrigação, o liame resultante do acôrdo consensual''. Não é uma simples c0nvenção, um contrato rescindível à vontade dos contra– tantes. O que resulta desse contrato é al– guma coisa maior, muito mais alto e que o poder misterioso de Deus torna sagrado . Êsse carater de sagrado não é um acidente que se une ao contrato, surge do próprio contrato, é a nota característica que o dis– tingue de tôdas as outras convenções hu– manas, como dizia Leão XI 11: "No ma – trimônio há qualquer coisa de sagrado, não apenas por imposição acidental, mas ingê- nito , não apenas aceito pelos horflens, mas inserto pela natureza." "O matrimônio é , sagrado, pela sua própria naturez::i, pela sua própria fôrça", acrescenta ainda o Pontífice. Entretanto, a santidade primitiva do matrimônio, que se derramava como luz fecunda do céu naquela natureza harmó– nica, onde os dons e as potencias se or– denavam na mais perfeita das hierarquias, se desfez na tristeza dolorosa do pecado original. A natureza viciada do homem conspurc·ou a nobreza e a pureza do ca– samento. O seu orgulho, o seu ciume, a sua concupiscência sem freios e sem li– mites desceram a excessos tais que a histó;ia se envergonhou de transmití-los à posteridade. Fôra preciso uma reabili– tação completa. O Filho de Deus desce à terra . E um dos seus primeiros atos públicos foi presidir às núpcias de Caná, santificando pela sua presença aquele ato sublime que fundia numa só vida a vida dus dois jo– vens. E para mais comprovar a sua bênção especial, operou ali o primeiro dos seus milagres, o que abre a série imensa dos seus prodígios divinos . Mais tarde, para dar aos judeus o sen tido claro de que o matrimônio não é feitura dos homens éomo instituição, para arrancá-lo da concepção de puro contrato que está por isso mesmo à mercê dos homens, afirma claramente que ele é instituído por Deus: " não ouse o homem separar o que Deus uniu !'' Vê-se aí que Cristo o faz entrar na su– blime hierarquia das causas sobrenaturais . Cristo faz dele um sacramento .

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