Quero - 1944

1 t J. F. e. B. Belém-Pará-Brasil 1 111111111 ■ 1'11111111111111 lfl l• r ••••··• fl'llllll.111,ICllltlllll llll llllllttllllllt 11111 ••••·••·.. •••••••lllll lt ■ ••·•••·••• ■ ti I Ili ■■ li ■ Ili li Il i ■ t• t llfllltll I ~o limiar- do casamento ( Continuação da página 7) Deus entoava o ep ital âmio . " Crescei e multiplicai-vos e dominai todos os seres ia terra ! " "Serão dois nu ma só carne''. Há aqui sem dúvida al guma coisa diferente . A superioridade está clara na– quela palavra , naquele imperativ9 de do– mínio, e na carinhosa atuação de Deus. E' uma palavra especial, dedicada apenas ao homem e à mulher e não ao mundo. Eis o primeiro matrimõnio , o matrimõnio típi co. Conforme a opinião corrente dos homens, a sua essência está na uoca dos dois atos livres pelos quais o homem e a mulher se dão um ao outro , para repro– duzir sua própria vida , cri ar uma famíli a e se compl etar mutuamente numa vida comum. E a maior parte mesmo dos cris– tãos julga que o matrimônio é apenas um contrato a que se ajunta uma bênção da l greja para lhe dar um aspecto sagrado. Não! Não hã dúvida que é um contrato . Mas é um contrato inteiramente diferente dos outros contratos. Nos outros o ho– mem dá, entrega ou empenha algur~a coi sa que não é êle, alguma coisa exterior a si mesmo : o seu animal, o se u c~mpo, 0 seu bem, a sua casa . Aqui , não! E' êle mesmo, a sua pessoa, tu do o que é em si, sua pessoa vi va, e com sua pessoa se us bens e seus direitos mais delicados e mais íntimos. Não é uma escravidão, como no tempos negros da história, em que o ho- mem, à fôr ça, ' lançava sua mão orgulhosa sôbre a pessoa e o bem de outros homens. Não! Aqui há uma doação mútua, uma entrega mútua, mas por um consentimento inteira e completamente livre. E o ho– mem e a mulher se entregam nessa mis– teriosa doação não simplesmente para obe– decer à lei de Deus que quer que o ato criador se prolongue na multiplicação da vida; não para rever nas flores da árvore da sua vida os . traços de sua própria fi– sionomia; não para procriar filh os; mas para penetração de suas vidas numa só vida, para a fusão de um coração no outro, para completar um carater comum , para perfeição da própri a vidn. Procriar não basta . Hã, além da vid a física , uma vida moral e intelectual a tra ns– mitir. O amor é que os une . Não o amor– -paixão, o amor-instinto , como já dissemos, mas o amor racional e humano. Onde en– tra a inteligência e o coração . Onde há perfeito discernimento de fin alidade e de responsabilidade. Eis a palav ra luminosa do Pe. Mon– sabré : " Aí está o contra tq matrimonial, no seu objeto, no seu fim e no seu mo– tivú . Isso me faz compreender a diferença das duas bênçãos pelas qua is De us comu– nica aos vivos a sua fecund idade. A' s pl antas e aos ani ma is, êle se con tenta de dizer : "Cresce i e mu lti plicai-vos!'' E a flo r imove l e sil encio a deixa cair ou deixa arrebatar incon"ientemente o polen fecun– dante que a dev reproduzir; o animal obedece às ordens fatais do instinto que o impu lsiona ao encontro de uma compa– nheira; sua fecundidade é o fruto de uma

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