Quero - 1944

Q'uERô 19 ---- ----~-~--- NlAftlJ-\ Avé Maria! ... , Hora bendita. . . Hora em que o coração dos crentes vibra em harmo– nia com o céu . .. Os sinos das capelas plangem, ca- denciados de vibrações de amôr, Hora sublime! Hora santíssima! Hora derradeira da 1uz do dia! ... Brilham no espaço as estrêlas; dormem os passarinhos e as criancinhas . . . . . . E a alma da gente parece voar com o murmúrio sonóro dessas badaladas místicas, suaves e profundas, ao doce balbuciar dessa amantíssima oração :"Avé Maria, cheia de graça! ... " Na vida tumultuosa da cidade, jamais nos é dado contem– plar a magnificência desse momento que é tão respeitado nos bur– gos pequeninos ... Hora em que toda a humanidade devia silenciar, meio mi– nuto siquer, e comungar a mesma. préce de harmonia, de amôr, de fraternização . . . Hora em que pTincipía essa melodia saudosa, êsse preludio que nos faz estremecer a alma ; o programa da saudade que arras– ta o nosso "Eu" para as delícias do passado e nos embriaga de re– cordações . . . . . . E a gente nem sabe si deve rezar ou recordar ... e a pré– ce se confunde santamente com o pensamento . .. Hora derradeira da luz do dia! ... Hora santíssima! Hora sublime em que a alma da gente parece voar com o murmúrio dolente da suavissima préce: Avé Maria, gratia plena .. ,

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