Quero - 1943

13 J. F. e. B. Belém-Pará-Brasil .,, .. ,..... ,.. ,..... .... ,, .. ,,,,111111111111111111111111111111,11111111••······································································· Co e Outros ceus E' ês te o titul o de um roman ce ck viagem. Um grupo de brasileiros, entre êlcs 11111 sac erd ote, per– corre diversos pa'ises da velha Europa. Os excursio– nistas viajam, portanto, sob "outro~ ceus" que não o d;1 pátria brasileira, do qual, nc entanto, sentem saü– dades constantes. O autor faz passar por tõda a sua obra delirado veio de patriotismo ..:onvincente e sadio. Além desta, já devemos ao l'e. J. J. D011rãdo, mem– bro da Academia l\1aranhense de Letras, várias outras obr,1s: "Atravessa ndo fronteiras" (Impressões elo Con– gresso Eucarístico de Buuapest ), "Pássaros cativ os" (crônicas, fatos e contos), ·•Su111au111a" (romance el e costu111es nortistas). "Outros ceus'' está hem delineada, os personagen s carac teristicamente ddinidos, o diá– logo corre sempre incisivo e atraente, tornando a lei– tura agradavel. C om maestria o autor entrelaçou no enrêdn suges tiva descrição de síti os e paisagens, se111 qt,e isso perturbe ou desv ie o fi o da contextura. /\o C.:1rdial, Arcebispo, Bispo e Cônego Pe. Agnclo Rossi Copyright d,1 Editora l'v zes Ltd,1. Parece que Deus quis de São Paulo e do Brasil uma preciosa compensação em troca dos maravilho– sos dons. haixados até nós, por ocasião do 4.o Cun– j.!resso Eucarístico Nacional. Pois, nesses últi111os tem– pos. cscollieu para os ceus al111as de el:>co l e de excep– cional formosura. i\s:;im, r.o ~óli o paulapolitann, o grande D. l)uartc Lcopoluo e Silva que ~cio a fal ecer pou co depois de u111a aduraçãu ao San tí ssimo, na i greja de Sta. lt iKênia . Entre as dioce;es ufragãneas de São l'aulo, Campin.is, que devia encerrar o ciclo de con– gressos prcµaralúrios ao t-:ac iona l, entrou com sua cuntrib11ição: D. Francisco de Ca111pos Barreto, em 1'lc111J camp, t:c b,ltalha, enlre,:ro11 sua l'Lla ,;_ti.na a Deu~. Depois, Lhegou a vez cio Sem inár i o Central do lpir:1.: g:1..\ ~.enH•nte ira pro111i:sor a da 11,!r eia, tão ca– rinl10same11tc cultivada pel as mãos do scr,i i o cjncgo Jnsé Amaral de /\\c io, até hoje chora a perda desse 411e1 i do pai espiritua l. E o Brasil todo se cobr iu ue luto relo desaparecjmento do maior de seus atuais tilltos: o e111 inc11tíssi1110 cardial l>. Sebastião L•: me. Ao lodo, quatro ht'Túis pa11!1stas, l egítimos t1tul os l 1 c ;.-tüia rara a Igreja e a p;ítria. Va111os rccolltcr de seus luminosos ensi11a11H:nlt•s, ,10 mcnl,s 11111, u da pnlHLZ,1. Os nlhar,~s mundanos, 11ue só vislumbram as ex– teri,:r idacles, dd111iram nos alt,is dignitários eclesiá.;- con trári o, r ealçam o mérito do romance. A obra re– vela não só a agudez de observaçfto do autor co1110 Sllél ernclicão. A visita el e ci claclc a cidade sfto verda– deiros mergulhos no passado histórico e clássico a qu e o autor l eva o leitor co111 dextreza in'J ulgar. Fo– caliza Veneza, Pácl11n , Roma, Vaticano, Nápoles, Canri , Pisa, Suiça, etc., com seus monumentos e cttriosida– des. E tud o em estil o leve, suave, r epassado de fino humor. E' digno de registo ainda o traço ,:pologético que, em forma de palestra en tre o Dr. Arnúncio e o l'e. Clarinclo, perpassa o romance. Inquisição, confis– são sacramental , casa111e11 to cristão, arte e moral, etc . são objetos de conversa por ocasifto elas visitas a lu– gares históricos, a museus e templos. Mesmo noções de açfto católica oferecem essas págim1s de incon tes– tav el interesse. E', pois, um romanc e or iginal brasileiro que será lido com prazer, já pela pena vigorosa que o escreveu, já pela amenidade que o assunto oferece ele enl'olta c:111 terno enrêdo de amor. Editora Vozes Ltda, ele Petrópolis, E. cio Rio. ticos o esplendor tias vestes litúrgicas, a nobreza dos sa lões de recepcão, a ma gnificência da seda ou da púrpura... Em consequência, a imaginação fantasia uma vida regalada, n.: babesca para os nossos prelados . ,\1as quando tais indivídu os penetram os aposen– tos desses príncipes da lgn·ja e averiguam não a simples ausência do luxo, mas a carência, a indi– gênc ia mesmo de obj etos e 1110\·eis rqrntaclos geral– mente co1110 indispensaveis, é tfto 11atural a estupe– fação que a nfto co11seg11e111 escllnder. Exatamente isto s11cc~icu por ocasião do faleci– mento dos quatro virtuosos ministros do Senhor, acima enumerados. Cônego José morreu como vivera, em perfeita pobreza. Seus parc os honorários eram repartidos entre outros necess it ados. Embora de la- 1111lia rica , d. Barreto, expiranuo no seu 111odesto l eito, era 11111 pobre de bens ter ren os e rico de merecimen– tos para o ccu. E cio fidalgo d. Duarte, quem não se co111oveu ao ler seu pi edoso e edi fi cante testam ento ? fi1rnlmcn!e, sôbre o aposento "card inal ício" d,) Palá– Lio S. Joaquim, desta !01 ma escreveu um repurter: "0 quarto é de 11111 monge ao invés de ser o de 11111 príncípe da Igreja Romana . [)uas cc"lmodas ve lhas, um guarda-rou pa também velho, 11111 oratório como existe cm qualquer casa de familia ele operário brasileiro, uma grav ura de ~- Sebastião, cm mold ura modestís– sima , 11111 a oma pequena -era tudo o que havia, com mais um rLfrato da mãe do cardial fakcido'' (.4 .Voitc, elu Rio, 18-l(J-42). Ouardemos essas li ções. ~ão vozes autorizadas e espontáneas que, un última análise, fornece111 a 111elhl r resposta às alirn1açües injugta~ que, muitas vezes, se lt•vantam contra otlesprend imento e as r ecta~. i,1tcrn;õcs do clero

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