Quero - 1943

11 J. F. C. B. Belém-Pará-Brasil 1111' 111111111€ ■ 11111111t1111 1111111111111111111111 11 'l,■ 111111111111. 11111111111111111111111111111111t111111111t111t11t1111fIt111l1111111t11111 t 1 ~o limiar-do casamento ( Con:lusrio da página .J) Pois o amor está em tudo que é grande . Completa a vida divina no mistério da Trin– dade Santíssima . Na natureza, é a perfeição e o complemento dos seres. Sertillanges, no seu livro delicado - "L'Amourchrétien'' -considera-o em toda a vastidão do mundo . Em todos os reinos da natureza . No reino inorgânico, é a fôrça de :;gre– gação dos cristais; é a misteriosa energia que funde dois átomos de hidrogênio e um átomo de oxigênio na molécula de água. No reino vegetal, é esse élan que arranca da haste a flor mimosa da Valisnéria para fe– cundar com o sacrifício a espôsa que lá se baloiça na superfície das águas. No reino animal, é o instinto que numa ardente ade– são multiplica a vida. No reino humano, o amor toma um novo elemento que o enche de luz e de beleza . Que o faz realmente amor. A alma. Pois a sua tonalidade es– ~c11c1al é a tonalidade d espírito . Daí o arncr animal e o amor humano . O amor, na sua realidade profunda, só pertence ao racional. Pois é um ato livre . É um ato que envolve em si conhecimento e liberdade. A famosa lei biogenética de Haeckel reduzindo o amor a simples afi– nidade química . faliu por negar a verdadeira nàtureza humana. Porque o amor humano é racional. Êle envolve na sua unidade uma tri– p]icidade de atos: escolha, devotamento, união. A escolha é a aurora do amor. 1: um signo de liberdade. Ê preferir uma criatura a todas as outras . O devotamento é um passo ascensional. Escolher é pre" ferir uma criatura entre muitas . Devotar– -se é preferir a cliatura eleita, não apenas às outras, m.as a si mesmo . É preferir a dor , o martírio, o sofrimento, até a morte, a ofender ou maguar a criatura escolhida. A união é o zênite do amor. E' o cimo . Afas– tar-se daí é enf'raquecer o ~mor, é dimi – nuir a sua realidade e ofuscar o seu brilho . Eis a afirmativa proverbial: "amor quer união" . Mas será este amor a gênese da fa– mília cristã? Há o amor animal, o amor humano e o amor cristão. O amor animal é instinto, é turbulên– cia carnal, é paixão material. O seu lance é cego; só lhe interessa a satisfação grosseira. É egoísta, é incapaz de pensar em sacrifício pelo objeto amado . Não admite o devota– mento . A sua única .imbição é aspirar até a última gota de prazer que a criatura lhe ofereça . Tudo o mais não lhe inte– ressa. Ê rude e pesado como uma vio– lr.ncia brutal~ O amor humano é racional. Sente, sem dúvida, esses impulsos materiais , mas é forte para purifica -los, desentranhá-los das loucuras exclusivamente sensuais. Pode intender a beleza do sacrifício ao menos temporariamente. Mas, acima deste amor humano, há o amor cristão, o amor sobrenaturalizado . Este vê sob todas as colorações materiais a irradiação da alma. Penetra, através de todas as manifestações exteriores, esse sa– crário onde reside o espírito. A sua escolha não é uma escolha de superfície . A sua

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