Quero - 1943

,i ~ J. F. C. B. I U e I,' 0 - l Q Belém-Pará-Brasil ··················•t■ lltll ■ llllll'IIUlll'-•········· ··················· ·••r1r111-. ,, .................,,a,.,...........,. ,,., .+tllllll 1111111,,, ••••• ••••••••• 1 ,-_o limiar- do ca§amento ( Continuaçào da pógina 3) cias. E é a sua prúpria finitude e a fini– tude dos objetos que criam essa ambição do novo. Não podend0 ter o infinito na posse do mesmo objeto, procura criar o indefinido na suces são dos objetos. E êsses três egoismos do homem criam os motivos mais profundos para a infideli– dade conjugal. O ciume que se vinga, a fadiga na posse do objeto do seu amór., a ansiedade do novo agitam de instante a instante o coração do homem. F: todo o dtlicado mister da espôsa está em criar para si um grande tato psicológico para vencer êstes obstáculos. Contra o egoismo do ciume, oporá a sinceridade e pureza do seu amor. Ê preciso transformar esse amor · em amor-virtude . Porque só essa afeição que despe a tonalidade transeunte da paixão para assumir a perpetuidade da virtude po- - derá afastar as sombras da desconfiança. E' preciso criar no coração do es– poso a certeza de uma amizade iniludivel. E só pode criar, pela prudência cautelosa em evitar qualquer interpõ-Sição afetuosa que esfrie a dedicação primitiva. Conser– vando, sem mudança alguma, a mesma e ca– rinhosa vigilância pelo bem-estar do esposo. Dedicando-se, na mesma intensidade, a agradar-lhe o coração e a acariciar-lhe a vida. Assim destruirá qualquer possibili– dade de desconfiança que por ventura o co– ração egoista do esposo possa aflorar na sua preocupação constante de dom! nio. Contra o egoismo do cansaço e da novidade, criar um sentido de ascensão na virtude. Por– que não é p0ssivel arrancar da virtuosidade , materi al mais do que ela pode dar. A matéria esgota-se facilmente. Só a alma, na potencia lidade imensa do espiri- tual, é capaz de criar novas faces de beleza e novas surpresas de formosúras. Só a alma pode criar novas expressões de delicadeza, novas formas de dedicação, novos mistérios de solicitudes. Só a alma, irmã dos anjos e filha do céu, pode oferecer surpresas que a ponderabilidade da matéria não possue, leveza subtil ,,para cri ar e descobrir . E' natµralme'nte um meio para man– ter a fidelidade conjugal, depois da graça especial de Deus, a vigilância sôbre o seu próprio coração e sôbre sua própria vir– tude. Mas seria pouco vigiar sôbre o pro– prio coração. E' mister vigiar sôbre o co– ração do esposo. Se todo coração é, como di zia o poeta, "uma concha bipartida, da qual uma parte fica no peito do homem e outra anda pelo mundo perdida", é pre– ciso que , no matrimônio, essa esteja per– dida no coração da própria espôsa. Vigiar sôbre o coração do esposo, de tal maneira que a sua necessidade de amor, a sua am– bição de carinhos, a sua angústia de ser feliz, encontrem no lar, pc:la dedicação da espôsa, pela sua capacidade de renúncias e .sacrifício, a plena e sublime satisfação dos anseios da sua vida , Vigiar de modo que o seu carinho lhe ofereça um lar em que êle não se veja na contigencia de pro– curar fora outros corações. Ocupar-lhe de tal modo o tempo que não lhe sobrem oca– siões' para sentir a inuflência de outras afeições. Evitar que as más lei turas, que pervertem e enchem de veneno a vida, venham deteriorar o seu coração e atirá-lo às inconstâncias das paixões liber tadas. Daí o triste êrro da esposa que, sentindo 0 esposo fugir dos seus braços para os bráços das barregãs ou das frinéias des– venturadas, reage, criando no lar uma atmosfera de ódio, de ofensas, de desa– tenções e de indiferenças, para castiga-lo . Há qualquer coisa que nos di7 que o re– mPdio para êsse mal seria criar no am-

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0