Quero - 1943

<1ue~o l l J. F. e. Belém-Pará-Brasil ·••J••·········"·'······················ ··"·'' "'' '''''''''' '''''··································· ············· ······· ···· ····· ···· ····· ·· ··· ··· · tração p icológica para conseguir êsse ideal. Saber ve ncer os egoísmo do homem. tgoismos que o padre Lacordaire reduzi a a três : o egoi mo do ciume, o egoismo do cansaço e o egoismo da novidade . O homem é essencialmente egoísta . E' a sua psicologia . Quando intenta uma conquista , é de uma ousadi a e duma coragem in– compreensiveis . Tem até um praze r espe– cial em enfrentar obstácul os rudes e diA– ceis para sen tir ma i glória e mais delícia no objeto conquistado. Mas, depoi de o ter, o seu egoismo o leva a uma absorção tão total que não pode surpreender uma sombra de independnêcia , um pensamento que lhe não pertença . Só o ~ati fa z uma posse total. A menor suspeita de que al – guma coisa foge ao seu domínio , o leva a uma dupla atitude : ou à atitude de es– cravagismo ou à atitude d e revolta , dese – jando vi ngar-se da infid elidade com uma infidelidade maior . E essa atitude é o ca– minho doloroso das infidelidades mais co– muns e niais desastre as para a família . E' o egoismo do ciume. Para um inal inequívoco da ua fragil humanidade, para exteriorizar de um modo palpavel a triste limitação hu– mana , o homem sofre de um outro egoi_smo. O egoísmo do cansaço . Can a-se depressa. E em tôdas as coisas . Cansa -se no se u trabalho de aqui ição da ciência ; e.ansa-se da sua luta diária ; cansa-se das coisas mais sublimes e ca nsa-se também de quem a111a . E cansa-se porque na sua vida con– jugal doi finitos se enco ntram : êle e a sua espôsa . tl e, contingente e limitado, em vão procurará em si uma capacidade infinita de extrair o gôzo da criaturn que ama. A finitude da matéria detém a sua possibilidade de oôzo . Não pode invéti ta r, criar métodos de felicidade . ·Chegado ao limite da sua possibilidade natural , tem que parar.· Ela , também finita e contin– gen te , só pode oferecer o gôzo que a na– tureza deposita na sua vida . E depois desta dádiva preciosa , nada mais possue. Ficará repetindo a mesma generosidade , sem nada poder acrescentar ao seu transbordamento natural. E então o eterno sonhador de no– vosprazeres há de se sentir cansado . E o egoismo ca:isado, porque exhauriu tudo, tudo o que podia , da criatura que con– quistara para seu coração , cria natural– mente outro egoísmo, o egoísmo da no– vidade Êsse terrivel e ousado egoismo do qual escreveu com muita gra ça o Pe . Lacord aire : " O homem é do tempo, mas as– pira à eternidade. Talvez seja êsse o mo – tivo pelo qual êle quer sempre o que é novo . O tempo é sempre jovem, mas en– velhece tud o o que toca . A ca do passo que êle dá é a au ro ra qu e avança , det– xando atrás de si a trevas e a morte. O temp o passa e semeia a vida . E a vida de hoje será a de ontem , a de ante-ont em, a vida passada'' . E es e mixto de passado e de pre– ente deixa ao homem ainda uma nesga aberta para o horizo nte: o futu ro Para al– guma co isa qu e não é" a sua posse no pre– en te ou passado. l:' a po se que ainda não veio. E e sa pos ibilidade do futu ro cri q-Jhc na alma uma inquietude.

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