Quero - 1943

l 12 J. F. e. B. Belém-Pará-Brasil 11111••, , , ••••••••••••••• • •••••••••••••••••••••••••••• , ••••••••• ,.,, ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• limiar- do Casamento ( Conlinuaçao da página .9) amor calmo, tranquilo, pacífico, na imprecisão de uma tendência vaga e longínqua. A trans– forn1açâo que se opera nos delin-eamentos rta vossa afeição influe em todos os vossos atos ' em todas as vossas preocupações. A imagem querida intromete-se de uma maneira viva em vossa vida . Um desejo apo– dera-se de vós. E' a vontade de ter sempre diante de vós. sempre presente aos vossos olhos, a criatura 4ue vos feriu o coração. E' o namoro que se prepara . O namoro não pode ser banal e leviano. Dêle depende em grande parte a felicidade da familia futura. Cuidaúo ! Prudência ! Respeito! O vosso namoro deve firmar-se na ver– dade. Mas há um grande inimigo da verctade na urdem elo amor : é a beleza . Pois a ver – dade, dizia Lacordaire, por mais vàsta e pro– funda que seja , não é entretanto o 4ue fere primeiro, nem o que atrai imperiosamente o olhar do espírito . A verdade tem uma veste , uma auréola. algu ma coisa qu e nos arrebata , e contra a qual não nos podemos defender senão por um es– fôrço supremo de virtude: é a beleza. En– quanto a verdade nos deixa senhores de nós mesmos, a beleza nos emociona; ela nos atrai e subjuga . A ve rdade paira na inteligênci a ; a beleza penetra até ao coração; ela é, em todos os se res dutad os de conl1 t ci ,11ento e sen ti– ment o, o primeiro movei que ll1es dá impulso. E11qua nt1> a ve rdade nos detém no interior de ncís mesmos, a beleza nos arra sta para fora, para o se r em que ela resplandece . Ela é, numa palav ra , e q11e pa lav ra! o princípi o do amor. Que um homem faça por vós tudo o que a bondade 111ais engenhosa possa inspirar a uma cria tura devotada, que êle pague as \'Ossas dívidas, que éle vos salve a hon ra , lJUe êle exalte ou crie. a vossa glória, vós sereis sem dúvida, tocados de recon hecimen to ' para com êle; ma s vós nào lh e concedereis, po r isso, o que apenas um olhar pode ar– rancar de vós em ternura , con fiança e indi zí– vel abandono. A beleza é a criadora do amor. E o grande t ri bu no pergunta : mas o que é? Que é esse bri lho 411e não respeita coisa al– guma e111 nossa alma , que do111a o nosso or– gulho, que nos faz um prazer do próprio sa– crifício da vida? Mesmo porque a beleza é grande ini– miga da verdade, eleveis ter muito cuidado cqn, o vosso na111oro . Pois fundar uma famí – lia sfibre a mentira é criar os elementos da sua própria destruição.

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