Quero - 1942

9uero 4 J. F. e. 8. Belém - Pd•cÍ - Brdsi l C•l•l■'lnl'llS'lllll 111 r1·1)lllll l' ll tlll'l ■ I IIIJIII Ili l lJl_l ,111 l lll.!1'111111 ■tll 1111111111'1111111'1.llllllllll■ ■ li 1•111•1 ■ •••··••■■ ■ltlll llllllltl.. tt l llll Ili ll l l ._. 11 flllfl •t 111111111 llo.m.a.ru ,. 9.ualtdini A , AGUA /.' A água é chei a de mistério-pur a, simpl es, "casta" como di zia S. Francisco de Assis. Sem pretensão, de algum modo sem pe,– sonalidade, parece que só existe para serv ir, purificar e fecu ndar. Mas quem a viu dor mir em lugares profundos e, nela mergul hando, tocou seu mistér io e sentiu sua pa r t i cu I a r atração 7 Quem a ouvi u borbulhar .na torrente, sempre correndo e rugindo, correndo e ru– gindo? Quando se encrespa, r edemoinha, vo l– te ia, desprende uma melancolia tão poderosa, que se deve fugir a êste espetáculo ... A água é cheia de mistério; é simples, clara, esquecida de si mesma, sempre pronta a lavar manchas e a estancar nossa sêde; é profunda, insondavel, nunca está cm repouso, cheia de enigmas, r ica de fôrças, atrai pa-a o abismo. Simboliza, mar avi l hosamente, a causa misteriosa que lança e retoma os seres e também a vida, que esconde tan tos enigmas sob uma aparente simplicidade. Facilmente compreendemos porqu~ a Igreja a emprega para significar e condúz1r a vida divina, a graça. Em suas ondas no Batismo, morreu o homem velho; dele nascemos' homens novos "renascidos da água e do espírito." Com a água santa que serve para nos ,ma~car, cresce, em nós, um ser feito de mistério, de brilho, de riqueza, de que a água é um símbolo: a graça. A Igreja benzendo-a torna a água pura-pura das fôrças perturbadoras q'ue nela dormem . ~ão há, aqui, nenhuma literatura. Que alma sens1~el nao sen– tiu o poder de encantamento que pode vir da água 7 · De onde vem êsse encanto 7 Da natureza ou de a! – guma coisa mais p:!rturbadora, preternatural ?... Pois não esqueçamos que as riquezas da natureza e ~uas belezas alimentam-se mais ou menos de Par as I tas perniciosos, demoníacos. Os homens costeiam, sem vê-lo, êst~ mundo invisivel. Mas a Igreja sabe. E purifica a agua dos germens satânicos, santificando-a ; pede a Deus pai a utiliza-Ia com o fi m de inocular sua gra ça. Penetrando na casa de Deus, o cri stão b;;:nze-se com esta água pura que tornará sua alma mais pura. Não é belo êste uso que, no sinal da sa lvação, r eün .: a graça é nossa natureza pecadora, nossa miséri a e nossos desejos de pureza? "A noite é in imiga do homem" diz, com r azão, um velho provérbio, po is fomos creados para a lu z. Assim, à noi te, antes de se entregar ao sono onde se ext inguirão o dia e sua conc iência o critsão faz o sinal da _cruz com a água san ta qu~ simbol iza a na– ~,ureza l 1 b e r t a d a e puri ficada; e seu gesto gr ita : Senhor, gua rdai-me do ma l." Renova-o quando chega a manhã que o tira das trevas e lhe devo lve a per – s_ona liclade, como se quisesse lembrar a- água do ba– tismo que o fez passar à l uz de Cristo. Ê te belo uso faz com que se encon trem, na cruz, a al ma e a natureza resgatadas . ( De "Le s si!)n :?:;' sacrés" 1

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